O uso da Cannabis em tratamentos neurológicos

tratamentos neurológicos

Já abordamos anteriormente neste blog como o uso de produtos à base de Cannabis pode ser benéfico no tratamento de transtornos como o Alzheimer, a epilepsia e a esclerose múltipla.


Não restam dúvidas, então, quanto ao potencial benéfico dos compostos derivados da Cannabis em relação a tratamentos de distúrbios neurológicos. Principalmente o canabidiol (CBD) tem se mostrado um grande aliado nesse sentido.

E esse pode ser um desafio ainda maior no futuro devido à pandemia de COVID-19. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os danos neurológicos causados pelo Sars-Cov-2 foram encontrados até mesmo em pacientes que não apresentaram sintomas respiratórios.

Além disso, um estudo publicado em 29 de setembro deste ano pela mesma entidade mostra que pessoas que já sofriam de transtornos neurológicos apresentaram maiores chances de complicações devido à COVID-19. 

Nesse contexto, torna-se necessário olhar com mais detalhes os transtornos neurológicos mais comuns e como os compostos derivados da Cannabis podem ajudar em seu tratamento. 

Doenças do sistema nervoso

Na 10ª versão do Código Internacional de Doenças, as doenças que afetam o sistema nervoso estão listadas no Capítulo VI (G00-G99).

Existem, portanto, uma ampla e diversa gama de condições ligadas diretamente à rede neural do corpo humano. 

Porém, algumas delas se destacam pela sua prevalência ou gravidade como dores de cabeça, epilepsia, AVCs, esclerose lateral amiotrófica (ELA), Alzheimer, transtornos do espectro autista, esquizofrenia e o Mal de Parkinson. 

Como os compostos da Cannabis interagem com nosso corpo

Humanos e outros mamíferos produzem naturalmente endocanabinoides, substâncias químicas que interagem com os receptores de canabinoides no cérebro e em outras partes do sistema nervoso central. É o chamado sistema endocanabinoide


A Cannabis possui mais de 100 canabinoides, compostos quimicamente semelhantes aos endocanabinoides que nosso corpo produz.

Os dois principais, THC e CBD, são os mais abundantes e estudados e, principalmente esse último tem mostrado  grande potencial no combate a alguns dos principais distúrbios neurológicos.

No cérebro, a principal função do CBD é a redução de inflamação, que está ligada a diversos distúrbios, como ansiedade, depressão, problemas de memória, derrames, epilepsia, Alzheimer, fadiga e confusão.

O mesmo efeito anti-inflamatório é reportado também no restante do corpo, agindo através do sistema endocanabinoide.

Esses canabinoides interagem com receptores no sistema nervoso humano, incluindo aqueles no cérebro, e desempenham um papel na forma como os neurônios se comunicam entre si.

Os dois mais conhecidos, são os receptores CB1 e CB2. O CB1 prevalece no sistema nervoso central e afeta a regulação da dor, apetite, humor, coordenação entre outros.

Já os receptores CB2 prevalecem por todo o corpo e sistema imunológico, com fortes efeitos em dores e inflamações. 

O CBD tem um efeito leve nos receptores chamados CB1, e com isso bloqueia os efeitos psicoativos do THC. O CBD também inibe a degradação da anandamida, aumentando seus níveis. Estudo mostra que essa interação contribui para o alívio de sintomas psicóticos na esquizofrenia, por exemplo.

O sistema endocanabinoide também contribui para homeostase, ou seja, o equilíbrio do organismo para seu bom funcionamento.

O futuro do tratamento com canabinoides para doenças neurológicas

Apesar do grande potencial demonstrado e uso terapêutico de compostos canabinoides já ter tido eficácia apontada por estudos para uma série de transtornos neurológicos – a exemplo dos citados no começo deste artigo- , a proibição da Cannabis em grande parte do mundo têm atrasado um maior número de pesquisas na área.

Ainda assim, na ciência é cada vez maior a esperança de que esses compostos naturais possam ajudar no tratamento de uma série ainda maior de enfermidades neurológicas, aliviando os sintomas e condições que afetam milhões de pacientes.

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Tetrahidrocanabinol: o que é, benefícios e uso medicinal do THC

THC
O tetrahidrocanabinol, mais conhecido pela sigla THC, pode não ser tão conhecido quanto o seu “irmão” CBD como recurso terapêutico, mas, ainda assim, tem valor medicinal e indispensável para o tratamento de certas patologias.

Além disso, há fármacos à base de Cannabis que são mais poderosos quando a sua composição mescla doses de ambos os compostos ativos.

O que é tetrahidrocanabinol –  THC?

Tetrahidrocanabinol (THC) é uma das substâncias encontradas em plantas do gênero Cannabis.

Ele é resultado da transformação do composto THCA, o ácido tetrahidrocanabinol.

Trata-se da forma não ativada do THC, que não apresenta efeitos psicoativos, embora tenha propriedades neuroprotetoras.

Para ser convertido em THC, o THCA deve ser exposto ao calor, quando então muda para seu estado neutro, o tetrahidrocanabinol.

Por sua vez, ele pode ser convertido novamente em uma nova fórmula de tetrahidrocanabinol, dando origem ao canabinol, o CBN.

Nesse caso, ele tem função orgânica anti-inflamatória, ou seja, ela deixa de exercer a psicoatividade do THC.

Existe ainda uma série de grupos funcionais resultantes do canabinoide, com destaque para os compostos a seguir.

THC

CBG

O canabigerol, ou CBG, passa quase despercebido nas variedades de Cannabis, porque sua concentração, em geral, não chega a 1%.

Tem efeito anti-inflamatório, anticonvulsivo, sedativo, antitumorígeno e reduz a pressão intraocular.

CBC

Canabicromeno, ou CBC, é um dos compostos da Cannabis mais estudados pela medicina.

Tem potenciais terapêuticos que nem o THC nem o CBD apresentam: fungicida e bactericida.

Além disso, apresenta ainda efeito sedativo, hipotensor e anti-inflamatório.

THCV

THCV é a sigla para tetrahidrocanabidivarina, um canabinoide semelhante ao THC, mas que não é criado na forma de ácido.

Tem efeito psicoativo mais curto e atua na supressão do apetite, podendo ser útil no combate à obesidade.

Também ajuda pacientes com diabetes, pois regula os níveis de açúcar no sangue.

CBDV

A canabidivarina, ou CBDV, é um canabinoide sem efeito psicoativo, com uma estrutura semelhante à do CBD.

Há pesquisas que indicam uma eficácia antiepilética nesse composto.

Para que serve o tetrahidrocanabinol – THC?

Tal como o CBD, o THC é um canabinoide, um tipo de composto químico extraído das plantas do gênero Cannabis, sobretudo nas espécies sativa e indica.

A principal característica desses compostos é que eles agem diretamente nos chamados receptores canabinoides.

Assim, eles levam à interação dessas substâncias com o metabolismo celular, por meio do sistema endocanabinoide.

As propriedades de cura vêm justamente dessa relação entre THC/CBD e o sistema endocanabinoide, atuando na regulação e no equilíbrio de uma série de processos fisiológicos do nosso corpo.

Qual é a diferença entre THC e CBD?

THC

Embora ambos sejam canabinoides, é importante frisar que há diferenças consideráveis entre os compostos.

No caso, os medicamentos produzidos com CBD geralmente não têm THC ou contêm em quantidades reduzidas.

Além disso, na fabricação de óleos de espectro amplo, o tetrahidrocanabinol é removido, em virtude dos seus possíveis efeitos adversos.

Contudo, a principal diferença é a ação psicoativa do THC, especialmente quando inalado.

Esse impacto não se verifica no CBD e, por isso, ele é mais utilizado como composto ativo em medicamentos, que são indicados para o tratamento de doenças diversas.

Quais são os efeitos do CBD?

Como recurso terapêutico, o CBD, ou canabidiol, já tem uma série de benefícios comprovados por estudos clínicos em diversos tipos de tratamento.

Dos cuidados paliativos em pacientes com câncer à medicação em quadros de epilepsia, ele age como um remédio eficaz ao reduzir dor, náuseas e vômitos, no primeiro caso, e no controle das convulsões, no segundo.

Confira uma lista de condições clínicas cujo tratamento se favorece do uso do canabidiol:

  • Ansiedade
  • Artrite reumatoide
  • Artrose
  • Autismo
  • Câncer
  • Dependência química
  • Depressão
  • Dermatites, acne e psoríase
  • Diabetes
  • Doença de Alzheimer
  • Doença de Parkinson
  • Doenças gastrointestinais
  • Dor neuropática
  • Dores de cabeça
  • Endometriose
  • Enxaqueca
  • Epilepsia
  • Esclerose múltipla
  • Fibromialgia
  • Glaucoma
  • Insônia
  • HIV
  • Lesões musculares
  • Obesidade
  • Osteoporose
  • Paralisia cerebral
  • Síndrome de Tourette
  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
  • Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT)

Quais são os efeitos do THC?

O THC interage com os receptores CB1 e CB2, diferentemente do canabidiol.

Sua ação terapêutica é percebida quando o composto é ministrado visando o efeito entourage.

Isso porque, no caso de medicamentos com THC, a presença do canabidiol e outros fitoquímicos torna a droga terapêutica e não recreativa.

Logo, é dessa interação entre os compostos que vêm os benefícios medicinais e que eliminam os efeitos psicoativos associados ao tetrahidrocanabinol.

Saiba os 5 benefícios do tetrahidrocanabinol – THC

O THC está longe de ser o vilão que uma parcela do público imagina – muito em razão da desinformação ou preconceito em torno das plantas do gênero Cannabis.

Quando administrado em associação com o CBD e nas doses certas, ele promove uma série de benefícios à saúde, ajudando, inclusive, a tratar de doenças graves.

Ainda que a ciência necessite de mais estudos conclusivos, com o que já se sabe, é possível afirmar que o tetrahidrocanabinol é um composto dos mais valiosos para a medicina.

Conheça 5 dos seus muitos benefícios.

1. Tratamento do glaucoma

O glaucoma é uma doença caracterizada pelo aumento da pressão intraocular e que leva à cegueira.

Uma das formas de combatê-la é utilizar o THC, que com seus efeitos transitórios reduz a pressão interna do olho.

2. Ajuda a evitar inflamações

As propriedades anti-inflamatórias do THC e do canabidiol já são bastante conhecidas.

Por isso, eles são úteis no tratamento de enfermidades inflamatórias, inclusive as do trato gastrointestinal, como doença de Crohn e retocolite ulcerativa.

Também têm eficácia já comprovada para lidar com a artrite reumatoide e demais condições reumáticas.

3. Aumento do apetite

Talvez um dos usos mais amplamente documentados e antigos do THC e do CBD seja como estimulante do apetite, especialmente em portadores do vírus HIV.

Nesses pacientes, fármacos produzidos à base de tetrahidrocanabinol têm sido ministrados com sucesso há algumas décadas, ajudando a mitigar os efeitos da anorexia resultante da doença.

De qualquer modo, pessoas acometidas por anorexia em virtude de distúrbios psicológicos ou psiquiátricos também podem ser tratadas.

4. Redução da dor

Outro uso para o THC amplamente documentado e conhecido é no combate e redução da dor, sendo usado há muito tempo com essa finalidade.

Em geral, os canabinoides promovem efeito antiálgico, agindo nos receptores existentes no cérebro e em diversos tecidos.

Para isso, o dronabinol (uma forma específica de tetra-hidrocanabinol) tem sido largamente prescrito, sendo comercializado em diversos países para uso oral e com o objetivo de reduzir a sensibilidade à dor.

5. Cuidados paliativos no câncer

Não bastassem todos os benefícios associados ao THC já descritos, a substância ainda é eficaz nos cuidados paliativos em pacientes com câncer.

Afinal, além do efeito antiálgico, ela também pode ser empregada para reduzir sintomas como náuseas e vômitos, comuns em pessoas submetidas à quimioterapia.

Existem muitos trabalhos científicos que investigam ou investigaram o potencial do THC no auxílio do tratamento do câncer em suas mais variadas formas.

Um deles foi publicado por pesquisadores italianos na revista do National Center for Biotechnology Information.

Trata-se do artigo Cannabis sativa L. and Nonpsychoactive Cannabinoids: Their Chemistry and Role against Oxidative Stress, Inflammation, and Cancer, que confirmou os efeitos positivos do THC no combate a processos inflamatórios associados ao câncer.

Quais doenças podem ser tratadas com a ajuda do THC?

THC

Existe ainda um grande espectro de doenças que podem ser tratadas, controladas ou curadas com o uso de THC.

Veja quais são a seguir!

Autismo

Depois de seis meses de acompanhamento clínico, 86,6% dos pacientes com transtornos do espectro autista que utilizaram óleos à base de Cannabis optaram por continuar o tratamento.

É o que observaram pesquisadores israelenses (entre eles Raphael Mechoulam, que descobriu o sistema endocanabinoide), que divulgaram os resultados em 2019 na revista Scientific Reports.

Entre os que responderam um questionário sobre os resultados, 30,1% afirmaram ter notado uma melhora significativa e 53,7% observaram melhora moderada.

Apenas 6,4% afirmaram que o progresso foi pequeno e 8,6% não notaram diferença na condição.

Um outro estudo, de autoria de Renato Malcher, comprovou efeitos positivos em ministrar medicamentos compostos por CBD e THC na proporção de 75/1.

Nos testes com pacientes, de 15 avaliados, apenas um não apresentou melhora com a medicação.

Câncer

Nos Estados Unidos, já foram aprovados pelo FDA (a Anvisa de lá) dois fármacos produzidos à base de THC para tratamento de náuseas e vômitos em pacientes com câncer.

Um é o Dronabinol, administrado em forma de cápsula gelatinosa contendo delta-9-tetrahidrocanabinol (THC).

Além de auxiliar nos cuidados paliativos em pacientes com câncer, ele também ajuda na perda de peso e a tratar a falta de apetite em pessoas com AIDS.

O segundo é o Nabilone, canabinoide sintético que atua de maneira muito semelhante ao THC.

Ele é administrado por via oral e é mais indicado quando outros medicamentos não funcionam.

Dependência química

Ainda que pareça contraditório, produtos à base de Cannabis podem ter ótimo resultado no tratamento de pacientes que procuram se livrar da dependência química.

No artigo Intentional Cannabis use to reduce crack cocaine use in a Canadian setting: A longitudinal analysis, publicado na revista científica Addictive Behaviors, pesquisadores canadenses observaram o consumo intencional de Cannabis em dependentes químicos de outras drogas.

Eles concluíram que “os canabinoides podem ter um papel importante na atenuação dos sintomas relacionados ao desejo por cocaína e reduzem o uso de crack ou recaídas”.

Também há um estudo, realizado na Universidade de Columbia / EUA, no qual o Dronabinol teve efeitos positivos ao reduzir a abstinência de opiáceos na fase de desintoxicação por conta do tratamento com naltrexona.

Doença de Alzheimer

O tetrahidrocanabinol também pode apresentar efeitos positivos no tratamento da doença de Alzheimer.

É o que concluiu um estudo publicado no Aging and Mechanisms of the Disease, no qual os investigadores provaram que o THC e outros compostos químicos encontrados na Cannabis podem eliminar as concentrações tóxicas da proteína beta-amiloide, responsável pelo avanço do Alzheimer.

Segundo um dos cientistas participantes, Antonio Currais, a inflamação do cérebro está associada à doença.

No entanto, acreditava-se até agora que a única resposta contra o processo inflamatório vinha do sistema imunológico.

Nessa pesquisa, então, ficou provado que componentes similares ao THC podem impedir que as células nervosas morram por uma outra via.

Epilepsia e convulsões

A epilepsia é um distúrbio neurológico comum em determinadas doenças e se caracteriza pela recorrência de ataques epiléticos ou convulsões.

No tratamento com THC, os efeitos dos canabinoides dependem muito da causa, ou seja, a doença que está por trás das crises convulsivas.

Há pesquisas direcionadas especificamente a certas condições, como é o caso do estudo relatado no artigo Effect of Cannabidiol on Drop Seizures in the Lennox-Gastaut Syndrome, publicado do The New England Journal of Medicine em 2018.

O THC também apresenta efeitos benéficos no tratamento das convulsões associadas à epilepsia.

Nesse caso, têm sido administrados com sucesso sprays nasais produzidos a partir do composto ativo até mesmo para portadores da síndrome de Dravet, um distúrbio raro e que causa ataques epilépticos.

Esclerose múltipla

Doença neurológica crônica, progressiva e autoimune, a esclerose múltipla afeta o sistema nervoso central e tem como principais sintomas a rigidez muscular e espasmos involuntários.

Um estudo com pacientes em centros médicos do Reino Unido comparou os resultados do tratamento realizado com extrato de Cannabis oral e placebo.

“A taxa de alívio na rigidez muscular depois de 12 semanas foi quase duas vezes maior com o extrato de Cannabis do que com o placebo (29,4% vs 15,7%)”, concluíram os pesquisadores no artigo Multiple Sclerosis and Extract of Cannabis: results of the MUSEC trial, publicado no Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry.

No tratamento da espasticidade (aumento anormal do tônus muscular), tem sido usado o medicamento Sativex, no qual THC e CBD se misturam na proporção de 1:1.

Ele é ministrado exclusivamente por via oral e a sua dosagem máxima recomendada é de até 12 pulverizações ao dia

Para cada pulverização de 100 microlitros, o paciente deve inalar cerca de 2,7 mg de THC e 2,5 mg de CBD.

Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença caracterizada pela dissociação entre pensamento e realidade, cujo tratamento envolve fármacos antipsicóticos com fortes reações adversas.

No trabalho The Role of Cannabis within an Emerging Perspective on Schizophrenia, publicado em 2018, pesquisadores da Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, revisaram pesquisas recentes que sugerem que a Cannabis pode ser usada no tratamento da condição.

Eles sugerem uma abordagem ampla que foca nos aspectos ambientais, autoimune e neuroinflamatório causados pela enfermidade.

“Uma revisão da literatura mostra que o consumo de fitocanabinoides pode ser uma opção segura e efetiva de tratamento para esquizofrenia como terapia principal ou auxiliar”, concluíram.

Outro estudo que aponta para os benefícios da Cannabis no cuidado da esquizofrenia vem da Universidade do Porto.

Em sua dissertação de mestrado (pág. 10), Marta Henriques Carneiro Nunes de Andrade destaca os bons resultados obtidos com a injeção intravenosa de THC, que substitui com eficácia a inalação do composto.

Obesidade

Um estudo conduzido por pesquisadores poloneses, intitulado Cannabidiol decreases body weight gain in rats: Involvement of CB2 receptors, que envolveu testes em animais, sugere a eficácia do canabidiol no controle do peso.

Por isso, o THC vem a ser uma alternativa para a redução ou o controle de peso em pacientes que sofrem de obesidade.

Prova disso é um estudo de um grupo de pesquisadores americanos que, em 2015, descobriu uma propriedade interessante no composto ativo.

Em testes com ratos, detectou-se que, embora o THC provocasse o aumento do apetite, ao mesmo tempo ele não os levou ao aumento de peso, pelo contrário.

Detalhe: os animais foram submetidos a uma dieta rica em gordura.

O que a legislação brasileira diz a respeito do uso medicinal do THC?

Somente em 2015 a Cannabis medicinal foi legalizada no Brasil, embora sob certas condições.

Foi nesse ano que a Anvisa publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) Nº 17, em que foram determinadas normas para a importação de medicamentos à base de canabidiol em caráter excepcional.

De acordo com o texto, os produtos poderiam ser importados desde que acompanhados de prescrição médica e atendendo a certos critérios.

À Anvisa, cabe a verificação e permissão para a importação, conforme o processo descrito no tópico anterior.

Por isso, médicos que pretendem prescrever produtos do exterior à base de canabidiol e THC devem consultar a RDC Nº 327/2019 e a RDC Nº 335/2020 e a RDC Nº 570/2021 para mais informações.

São essas regulamentações que estabeleceram os requisitos para a comercialização de produtos de Cannabis para fins medicinais no país.

Conclusão

Com o que vimos neste texto, fica muito claro o relevante papel exercido pelo THC como substância ativa em fármacos usados em diversos tratamentos.

Embora o Brasil ainda precise avançar em termos de legislação, espera-se que, em breve, os medicamentos à base de Cannabis estejam mais acessíveis à população que tanto se beneficiaria deles para tratamentos menos invasivos em nosso país.

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Como a Cannabis medicinal auxilia no tratamento da fibromialgia

Cannabis fibromialgia

A Cannabis utilizada no tratamento da fibromialgia, tem se mostrado uma alternativa segura e eficaz para pacientes que convivem com as incômodas dores generalizadas no corpo.

A história da Cannabis como tratamento a dores não é tão recente, para se ter uma ideia, o livro De Matéria Médica, uma enciclopédia e farmacopeia escrita no primeiro século d.C. pelo grego Dioscórides, já citava a Cannabis como uma planta medicinal útil para tratar dores articulares e inflamações.

O mesmo consta no livro chinês Pen-Tsao, o mais completo livro da história da medicina tradicional chinesa, escrito em 1578.

Nos dias de hoje, a investigação sobre o potencial terapêutico das plantas obedece aos rigores do método científico, e nada disso eliminou a Cannabis da lista de potenciais tratamentos contra a fibromialgia e dores em geral.

Pelo contrário, apenas reforçou o que os médicos da antiguidade já sabiam. Ou seja, as evidências clínicas mostram que a Cannabis medicinal não é mera “crença popular”, e sim um fato.

Cannabis para o tratamento da fibromialgia

Para muitos pacientes, a fibromialgia é incapacitante.

Faz com que levem uma vida menos ativa em função das dores frequentes e suas consequências: fadiga e dificuldade para dormir, por exemplo.

É algo que pode acabar atrapalhando a vida social e profissional.

Inclusive, há muitos que acabam deixando seu emprego por conta da fibromialgia.

Por consequência, pode levar a outros problemas, como ansiedade e depressão. Ou seja, um único problema acarreta um efeito dominó.

O pior é que a fibromialgia é uma doença degenerativa, ainda sem cura.

O tratamento, portanto, foca na atenuação dos sintomas, para que as dores sejam menos intensas e frequentes.

Nesse sentido, qualquer medicamento que leve a uma melhora na qualidade de vida do paciente deve ser celebrada, e acredita-se que o óleo de Cannabis apresenta vantagens em relação a analgésicos, opioides e antidepressivos.

O que é a fibromialgia?

Fibromialgia é uma síndrome que se caracteriza pelas dores generalizadas nos ossos, músculos e articulações.

As dores podem ser acompanhadas por sintomas como cansaço e problemas no sono.

Além das dores, o paciente com fibromialgia tem grande sensibilidade quando é tocado ou tem sua musculatura comprimida pelo examinador.

É uma condição crônica, que acomete mais mulheres do que homens e da qual não se sabe exatamente quais são as causas e que não é detectada em exames.

Desse modo, o diagnóstico da síndrome é clínico, dado pelo médico a partir da entrevista com o paciente.

Supõe-se que a doença surja a partir de uma soma de fatores, como a carga genética, infecções causadas por outras doenças e traumas físicos ou emocionais, que podem funcionar como gatilhos.

Pesquisadores acreditam que a fibromialgia provavelmente decorre de um alto nível de neurotransmissores responsáveis pela sensação de dor presentes no cérebro.

Desse modo, os receptores acabam se tornando mais sensíveis aos sinais de dor.

Além do tratamento com medicamentos e óleo e pomadas de Cannabis para fibromialgia, determinados exercícios e práticas de redução de estresse (como yoga e meditação) podem ajudar o paciente a reduzir e conviver melhor com os sintomas.

A Cannabis é realmente eficiente para fibromialgia?

Como observamos na abertura deste texto, há muitos séculos, a Cannabis já é reconhecida como uma planta terapêutica, que ajuda a amenizar dores em geral.

Segundo o ortopedista Ricardo Ferreira, especialista em coluna e dor, sua eficácia é relatada por pacientes. “É disparada a indicação mais frequente, seja na oncologia ou na esclerose múltipla, para tratar a dor gerada pela doença”, garante.

A experiência clínica de um médico é importante, mas, no caso da fibromialgia, temos ainda vários artigos científicos para engrossar o coro.

Um estudo israelense Safety and Efficacy of Medical Cannabis in Fibromyalgia, publicado em 2019 no Journal of Clinical Medicine, mostrou os resultados do acompanhamento de 367 pessoas que fizeram o tratamento com Cannabis por seis meses.

Os pesquisadores concluíram que a Cannabis medicinal é eficaz e segura quando administrada com calma e gradualmente.

“Considerando as baixas taxas de dependência e reações adversas sérias (especialmente quando comparada a opioides), a terapia com Cannabis deve ser considerada para aliviar a carga de sintomas entre os pacientes com fibromialgia que não estão respondendo ao tratamento convencional”, escreveram.

Há bastante evidências, portanto, de que o óleo de CBD é eficaz entre os pacientes.

Mesmo a fibromialgia quanto o sistema endocanabinoide ainda são cercados de desconhecimento.

Que, no entanto, não implica em grandes riscos, já que as reações adversas provocadas pela Cannabis são praticamente inexistentes.

Estudos mais recentes sobre a eficácia do canabidiol para tratar a fibromialgia

O estudo que citamos acima não é o único que sugere benefícios do óleo de CBD e da Cannabis medicinal em geral contra as dores da fibromialgia.

A seguir, apresentamos outras pesquisas que mostram que o potencial terapêutico da planta para aliviar as dores não é mera suposição, e sim um fato baseado em evidências concretas.

Cannabidiol, cannabinol and their combinations act as peripheral analgesics in a rat model of myofascial pain

Estudo publicado em 2019, conduzido em ratos na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, concluiu que a aplicação periférica de canabinoides não psicoativos pode fornecer alívio analgésico para distúrbios de dor muscular crônica, como distúrbios temporomandibulares e fibromialgia, sem efeitos colaterais centrais.

Medical Cannabis for the Treatment of Fibromyalgia

Pesquisadores israelenses publicaram em 2018 um artigo que apresenta o resultado de um estudo feito com pacientes em dois hospitais de Israel.

A conclusão deles é que o tratamento com Cannabis medicinal tem um efeito favorável significante em pacientes com fibromialgia, com poucos efeitos adversos.

Effect of Adding Medical Cannabis Treatment (MCT) to Analgesic Treatment in Patients with Low Back Pain related to Fibromyalgia: An Observational Cross-over Single Center Study

Estudo observacional cruzado israelense publicado em 2017 mostrou vantagem do tratamento com Cannabis medicinal no tratamento a pacientes com dores lombares associadas à fibromialgia na comparação com o uso de analgésicos tradicionais.

Cannabis Use in Patients with Fibromyalgia: Effect on Symptoms Relief and Health-Related Quality of Life

Estudo publicado em 2011, conduzido por cientistas de Barcelona, concluiu que o uso de Cannabis está associado a benefícios em alguns sintomas de fibromialgia.

Como usar a Cannabis para fibromialgia?

Existem, atualmente, várias formas de apresentação da Cannabis seus  derivados.

Geralmente, você vai ouvir falar dos produtos como óleo de CBD, embora alguns deles tenham outros canabinoides, além do canabidiol.

Quanto a esse quesito, os óleos costumam ser divididos em três categorias:

  • Óleo de CBD isolado: para produzir este óleo, é utilizado apenas o canabidiol da Cannabis;
  • Óleo de espectro completo: é o menos processado, portanto, contém todos os componentes da Cannabis, inclusive o THC;
  • Óleo de espectro amplo: sua única diferença em relação ao óleo de espectro completo é que o THC é removido.

A vantagem dos óleos de espectro completo e amplo é que eles proporcionam o efeito entourage, que aumenta a condição terapêutica do produto graças à sinergia botânica entre os diversos compostos presentes na planta.

Outro benefício do efeito entourage é que ele diminui ainda mais a chance de o paciente sentir alguma reação adversa.

No caso dos óleos de espectro completo, o THC está presente em baixa concentração, não sendo suficiente para gerar o efeito psicoativo.

Mesmo assim, o óleo de espectro amplo pode não ser recomendado em casos especiais – como um atleta que passará por exame antidoping, por exemplo.

O modo mais comum de uso do óleo de CBD é via oral, em gotas ou em cápsulas. Também existe em forma de pomada.

Quanto à dosagem, vai depender de cada caso – é o médico quem deve determiná-la, sempre.

Conclusão

Tanto as evidências científicas quanto os relatos dos pacientes deixam claro que o óleo de CBD, assim como a pomada, é um tratamento promissor contra as dores da fibromialgia.

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Outubro Rosa: como o CBD pode ajudar no tratamento do câncer de mama

câncer de mama

Movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, o Outubro Rosa foi criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure.

A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.

No Brasil, o INCA (Instituto Nacional de Câncer) — que participa do movimento desde 2010 — promove eventos técnicos, debates e apresentações sobre o tema, assim como produz materiais e outros recursos educativos para disseminar informações sobre fatores protetores e detecção precoce do câncer de mama.

O Câncer de Mama

O  câncer de mama é caracterizado pelo crescimento de células cancerígenas na mama. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo tumor mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de pele, e o primeiro em letalidade.

Apesar dos dados alarmantes, sua ocorrência é relativamente rara antes dos 35 anos e nem todo tumor é maligno – a maioria dos nódulos detectados na mama é benigna. Além disso, quando diagnosticado e tratado na fase inicial da doença, as chances de cura do câncer de mama chegam a até 95%.

No entanto, na fase inicial da doença o tumor pode ser muito pequeno, podendo ter menos de um centímetro de tamanho, nesse caso, a doença só será detectada por um exame de imagem, como a mamografia. Por isso, é importante que a mulher vá ao ginecologista ao menos uma vez por ano e faça seus exames de rotina periodicamente

A conscientização do câncer de mama e o investimento em novas pesquisas sobre o tema ajudaram a criar diversos avanços no diagnóstico e tratamento da doença. Hoje, o câncer de mama não é mais uma sentença – a taxa de cura é cada vez mais alta e a paciente pode levar sua rotina com qualidade de vida e bem-estar.


Prevenção, sinais e sintomas

Ainda segundo o INCA, cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:

  • Praticar atividade física
  • Manter o peso corporal adequado
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
  • Amamentar seu bebê

Amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção contra o câncer.

Não fumar e evitar o tabagismo passivo são medidas que podem contribuir para a prevenção do câncer de mama.

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:

  • Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
  • Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
  • Alterações no bico do peito (mamilo)
  • Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
  • Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos
  • Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer.

É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.

Em caso de permanecerem as alterações,  elas devem procurar logo os serviços de saúde para avaliação diagnóstica.

A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce do câncer da mama.

Como o CBD pode auxiliar no tratamento do câncer de mama

Pesquisas documentam a atividade anticâncer da Cannabis desde a década de 1990.

O cientista americano. Sean McAllister baseia todas as suas pesquisas nos benefícios da Cannabis no tratamento anti-cancerígeno e conseguiu grandes avanços.

O Dr. McAllister e colegas do California Pacific Medical Center Research Institute descobriram que o CBD (Canabidiol) é um inibidor muito potente do câncer de mama. Eles relataram descobertas sobre o efeito cumulativo do CBD e do THC no bloqueio da proliferação de células cancerosas do cérebro e sobre o mecanismo de ação do CBD no bloqueio da metástase do câncer de mama.

Em um estudo de 2012 o Dr. McAllister et al fizeram uma análise aprofundada de como o CBD mata as células do câncer de mama em um modelo animal. O CBD afeta uma proteína chamada ID-1, que parece ser o principal condutor das células cancerosas. ID-1 é, portanto, um excelente alvo para o tratamento do câncer.

Quando o câncer se espalha, ele pode comer o tecido (no processo conhecido como metástase). O CBD parece inibir o comportamento agressivo das células.

As células cancerosas são colocadas em um gel que contém pequenos orifícios. As células recebem uma dose de um medicamento e, após alguns dias, você pode contar o número de células que o atravessaram.

Isso simula o que um tumor faz enquanto atravessa tecidos humanos. Os pequenos triângulos pretos são as células. Você pode ver que apenas meia dúzia ou mais conseguiu passar pelo gel quando dosada com CBD (à direta). O controle à esquerda mostra que, na ausência de CBD, as células cancerosas mastigam facilmente o gel.

Além das pesquisas promissoras no combate a neoplasia maligna de câncer, sabe-se também que o derivado da Cannabis pode ser um excelente aliado contra os efeitos colaterais do tratamento contra o câncer de mama.

Seu corpo tem um sistema endocanabinoide natural, “uma rede complexa de receptores nas células que regula as funções corporais diárias, como inflamação, humor e sono”, diz Marisa C. Weiss, MD, diretora médica e fundadora do Breastcancer.org e diretor de oncologia de radiação de mama no Lankenau Medical Center em Wynnewood, PA.

Estudos mostram que canabidiol age interagindo com este sistema, o que significa que pode ajudar a reduzir os efeitos colaterais do tratamento do câncer de mama, como dor, ansiedade, insônia, náuseas e vômitos.

O CBD age interagindo com este sistema, o que significa que pode ajudar a reduzir os efeitos colaterais da mama tratamento do câncer, como dor, ansiedade, insônia, náuseas e vômitos.

As pesquisas precisam evoluir, mas já é possível notar o grande potencial que o canabidiol tem tanto como inibidor da proliferação cancerígena como na diminuição dos efeitos colaterais dos tratamentos padrão.

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Cuidados paliativos e o tratamento com a Cannabis medicinal.

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Um dos usos mais comuns do tratamento com a Cannabis medicinal é em pacientes com câncer e outras doenças crônicas. Apesar de existirem evidências de que possa atuar no combate de muitas doenças, a limitação dos estudos clínicos faz com que os fitocanabinoides não sejam a primeira opção de tratamento. Entram em conjunto com medicamentos alopáticos tradicionais, principalmente em casos refratários. Seu objetivo é tratar os sintomas das doenças e medicamentos, não a doença em si.

Um grupo de pesquisadores do Departamento de Cuidados Paliativos, da Universidade Nicolaus Copernicus, fez um levantamento de tudo que as ciências médicas sabe sobre o uso de Cannabis medicinal para lidar com os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Sistema endocanabinoide

Faz pouco tempo que a ciência conhece o sistema endocanabinoide. No início da década de 1990, pesquisadores descobriram receptores canabinoides 1 e 2 (CB1 e CB2) e o primeiro endocanabinoide: a anandamida, cujo nome deriva de uma antiga palavra indiana, ananda, que significa bem-aventurança ou deleite, produzido pelo organismo.

O sistema endocanabinoide regula a homeostase do corpo: peristaltismo gastrointestinal, a imunidade, o sistema vascular e funções neuroplásticas. Afeta a motivação, os processos de aprendizagem e as emoções, regula o apetite e participa do processo nocicepção – o sentimento de dor.

Um papel importante é desempenhado pelo receptor CB1, cuja ativação inibe a liberação de aminoácidos excitatórios e GABA (Ácido gama-aminobutírico). Esses regulam a liberação de acetilcolina, dopamina, histamina, serotonina, noradrenalina, prostanoides e peptídeos opioides, que por sua vez, regulam o funcionamento do organismo.

O receptor CB1 é encontrado no sistema nervoso central: córtex cerebral, hipocampo, amígdala, cerebelo, gânglios da base, matéria negra, medula, interneurônios medulares, terminações do nervo periférico. Além de sistemas periféricos: baço, coração, pulmões, trato gastrointestinal, rins, sistema urinário e órgãos reprodutivos.

Já o receptor CB2 é encontrado nas células imunológicas, no tecido hematopoiético, nas células sanguíneas brancas, baço, nos astrócitos – células não neuronais do sistema nervoso – e nos ossos.

Uma vez que no centro respiratório da medula oblonga não há receptores CB, altas doses de canabinoides não aumentam o risco de insuficiência respiratória – ao contrário do que acontece com opioides -.

Endocanabinoides e fitocanabinoides

Os principais endocanabinoides são anandamida e 2-araquidonoilglicerol (AG). Anandamida é sintetizada na membrana das células. O sistema endocanabinoide é estimulado como resultado de danos externos, como aumento do estresse, uma doença aguda ou crônica. A concentração de anandamida no plasma sanguíneo aumenta significativamente durante um choque séptico ou hemorrágico, enfarte do miocárdio ou cirrose.

O THC é considerado um composto psicoativo, no entanto, tanto o THC quanto o CBD modificam o estado mental, pois afetam o sistema nervoso central. O THC é um agonista parcial dos receptores CB1 e CB2, enquanto o CBD é um agonista inverso (liga-se à mesma parte do receptor, mas produz o efeito oposto).

THC causa euforia, relaxa os músculos estriados e aumenta o apetite. O CBD exibe propriedades anti-eufórica, antioxidante, ansiolítico, antiepilépticas e antipsicóticas. Ambas as substâncias demonstra ter efeitos analgésico, inflamatório e antiemético.

O CBD inibe a conversão de THC no mais psicoativo 11-hidroxi-THC, potencialmente aumentando sua eficácia e reduzindo o risco de efeitos adversos.

A escolha entre THC e CBD, ou administração combinada de ambos os compostos, permanece uma questão de debate devido aos seus diferentes mecanismos de ação, a ocorrência de sintomas, diagnóstico e comorbidades.

O impacto dos canabinoides no câncer

Embora ainda não tenha sido confirmado de forma inequívoca que os canabinoides inibem o desenvolvimento de tumores malignos, estudos experimentais em animais modelos mostraram que os canabinoides podem inibir o crescimento de neoplasias,  suprimindo sinais enviados por células tumorais, bloqueando o crescimento dos vasos sanguíneos (angiogênese) e migração de células cancerosas (desenvolvimento de metástases), bem como ativação de morte de células (apoptose).

Dependendo do tipo de canabinoide e neoplasia, tal atividade pode depender dos receptores CB1 e / ou CB2. Tem sido observado que a resposta ao tratamento difere dependendo da dose administrada. Altas doses de THC podem inibir o desenvolvimento de alguns tipos de câncer, enquanto doses baixas podem promover seu desenvolvimento e disseminação. Alguns canabinoides causam o crescimento do tumor através de sua atividade angiogênica e proliferativa.

Os receptores CB1 e CB2 estão envolvidos na atividade anticancerígena dos canabinoides, enquanto nas células cancerosas, a proliferação depende principalmente dos receptores CB2. Células de adenocarcinoma pulmonar, glioblastoma multiforme cerebral, melanoma maligno, tireoide, mama, próstata, cólon, pâncreas e linfomas são tipos de câncer que demonstraram sensíveis aos canabinoides.

Como os canabinoides atuam no tratamento do câncer

tratamento

O CBD pode inibir o crescimento de algumas células do câncer de próstata. Os canabinoides inibem o desenvolvimento de algumas células cancerosas do cólon, enquanto os endocanabinoides causam a morte de células de alguns cânceres gastrointestinais.

Os canabinoides não causam efeitos adversos típicos de medicamentos citostáticos, e agem seletivamente – sua atividade antiproliferativa  envolve principalmente células transformadas, afetando células normais em pequena extensão. Canabinoides podem reduzir o risco de câncer na cabeça e pescoço, bem como de pulmão.

Embora os receptores CB2 não sejam encontrados no cérebro, sua presença na   microglia e macroglia (astrócitos), aumenta em estados patológicos. As microglias são ativados mediante lesão cerebral, o que resulta na ocorrência de efeitos de reparo e proteção, mas também dano secundário aos neurônios (sensibilização central).

Ativação da microglia são responsáveis pela neuropatia da dor. Ativação dos receptores CB2 no cérebro retarda processos degenerativos, especialmente o impacto negativo dos astrócitos na homeostase dos neurônios. O número de receptores CB2 aumenta significativamente em alguns tumores cerebrais: 5 vezes no astrocitoma, 8 vezes no glioblastoma multiforme. Agonistas do receptor CB2 sem psicoativo de efeito eufórico podem ser benéficos em estados degenerativos do sistema nervoso central.

Estudos clínicos sobre o efeito anticâncer dos canabinoides enfrentam problemas significativos de natureza ética. Uma vez que os pacientes que podem se beneficiar de métodos tradicionais de tratamento oncológico não podem ser inscritos em estudos, a maioria dos participantes são voluntários que não têm outras opções de tratamento.

Cannabis ameniza sintomas do câncer

Os canabinoides são usados na gestão de sintomas em pacientes com câncer e sem câncer recebendo cuidado paliativo. Estudos clínicos envolvendo pequenos grupos de pacientes e relatos de casos indicam que o uso da Cannabis medicinal é benéfica.

Estudos clínicos envolvendo grupos maiores de pacientes tratados para náuseas, vômitos, dor e caquexia não inequivocamente demonstram melhora em comparação com outros métodos de tratamento disponíveis.

Há muitas questões não resolvidas em relação a aplicações médicas da Cannabis, como a avaliação da relação risco-benefício, bem como incerteza ou divergência de resultados de estudos clínicos.

As indicações mais comuns para o uso de Cannabis em os cuidados paliativos incluem: náusea e vômito; perda de apetite e caquexia; dor crônica e neuropática; ansiedade e depressão.

Náusea e vômito

Os endocanabinoides afetam a atividade normal do sistema gastrointestinal normal função, regula a função intestinal e o consumo de alimentos. Também são encontrados no leite materno, aumentando o apetite e regulando o metabolismo da criança.

Endocanabinoides causam o fenômeno da larica, que consiste no desejo de consumir alimentos gordurosos.

Uma vez que os receptores CB1 e CB2 são encontrados nos neurônios intestinais, os canabinoides podem ser usados no tratamento de problemas gastrointestinais, para exemplo de náusea ou vômito, dor visceral (com cólica) e inflamação dos intestinos.

Canabinoides provaram ser eficazes no tratamento de náuseas e vômitos induzidos  por quimioterapia, especialmente quando não respondem ao tratamento farmacológico padrão.

A eficácia dos canabinoides, principalmente aqueles que contém THC, no tratamento de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia é quatro vezes maior do que o placebo.

Quando administrado em baixa doses, os canabinoides apresentam baixa toxicidade e raramente interagem com medicamentos anticâncer, portanto, eles podem ser usado para tratar náuseas e vômitos induzidos por citostáticos em pacientes com câncer.

Os efeitos psicoativos dos canabinoides aumentam o efeito antiemético e inibem náusea. Pacientes jovens com câncer frequentemente usam canabinoides, enfatizando sua eficácia e origem natural.

Comparado aos canabinoides, drogas antieméticas tradicionais inibem náuseas e vômitos, mas não aumentam o apetite.

Falta de apetite e perda de peso

Muitos pacientes com câncer e pacientes recebendo cuidados paliativos sofrem de inapetência, perda de peso e caquexia. A inapetência frequentemente leva à caquexia e perda de massa muscular (sarcopenia). A caquexia é causada pela resposta  inflamatória crônica do organismo à presença de câncer.

Canabinoides atuam nos receptores responsáveis por regular o apetite, que estão localizados no hipotálamo e cerebelo.  Os fitocanabinoides afetam a atividade de citocinas responsáveis pela sinalização e modulação da atividade do sistema imunológico (CBD).

O medicamento ideal deve inibir o processo de perda muscular. Dronabinol e THC aumentaram o apetite em pacientes com AIDS, mas o dronabinol foi menos eficaz em comparação com o acetato de megestrol. Além disso, a adição de dronabinol ao acetato de megestrol não resulta em aumento do apetite e do peso corporal.

Um estudo realizado em Israel entre pacientes com câncer recebendo cuidados paliativos que fumaram maconha mostrou que a perda de peso foi reduzida em 8 semanas e que o tratamento teve um impacto positivo sobre outros sintomas.

Em estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, pacientes com câncer tratados com THC relataram melhora da percepção quimiossensorial (gosto melhorado dos alimentos). O apetite antes das refeições e a porcentagem de proteína ingerida aumentou em comparação com os pacientes recebendo placebo.

Resultados de estudos clínicos não indicam claramente se é mais eficaz uma combinação de THC e CBD, ou apenas THC. O desejo de consumir alimentos ocorre aproximadamente 90 minutos (“larica”) após a inalação do vaporizado THC. O aumento do apetite foi o primeiro efeito de canabinoides confirmados pela Associação Americana de Comida e Drogas (FDA).

Dor crônica e neuropática

A dor crônica é uma das principais razões para o uso de canabinoides, especialmente em pacientes nos quais outros métodos de tratamento farmacológico falharam.

Os receptores CB1 e CB2 estão envolvidos no mecanismo de dor, embora seu papel seja diferente.

Alguns pacientes experimentam alívio e melhora significativos durante o uso de canabinoides, enquanto em outros não há efeitos, ou a dor aumenta paradoxalmente, semelhantemente à hiperalgesia pós-opioide. A falta de eficácia de opioides não significa que os canabinoides não são efetivos.

THC pode aumentar a secreção de endógenos opioides (dinorfinas). Canabinoides podem ser eficaz em vários tipos de dor – músculo-facial, óssea e dor nas articulações, fibromialgia,  dor visceral e neuropática (periférica e central), bem como enxaquecas.

Ação dos canabinoides

Os canabinoides podem auxiliar no controle da dor e tornar possível reduzir as doses de opioides, restaurar sua eficácia, atrasar o desenvolvimento de tolerância para analgesia, reduzir os sintomas relacionados à redução da dose, rotação ou retirada de opioides.

Os canabinoides reduzem a intensidade da dor por meio de sua atividade analgésica e anti-inflamatória direta, assim como seu impacto no processo de neurotransmissor e liberação endógena de opioides.

O sistema endocanabinoide modula a sinalização de dor no o sistema nervoso, e libera endocanabinoides em resposta a sensações e emoções desagradáveis, reduzindo a sensibilidade aos estímulos de dor.

A deficiência de endocanabinoide pode ser a causa da dor na fibromialgia e enxaquecas.

Os canabinoides exibem um efeito analgésico moderado em pacientes com dor neuropática, mais fraca do que a de antidepressivos tricíclicos (TCA), mas mais fortes do que os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRI) e gabapentina.

A combinação de padronizado extrato de CBD e THC na forma de aerossol foi eficaz em pacientes com esclerose múltipla (EM), assim como nas neuropatias resistentes a outros analgésicos. Um randomizado ensaio controlado mostrou que fumar quantidades baixas de maconha (contendo 9% de THC em uma dose de até 2 mg, abaixo do limiar de psicoatividade, forneceu analgesia eficaz.

Os efeitos adversos previstos incluem sonolência, tontura, boca seca, náusea, euforia e fadiga.

Efeitos benéficos dos canabinoides em relação a dor, espasticidade, depressão, fadiga e incontinência urinária foram observados em pacientes com diagnóstico de EM. Em comparação com o placebo, a administração de canabinoides por inalação reduziu a intensidade da dor e espasticidade.

O resultado do tratamento, ou seja, intensidade reduzida de dor, principalmente de natureza espástica, e melhora na qualidade do sono, foram ligeiramente melhores do que no caso de medicamentos convencionais.

Os efeitos da Cannabis no tratamento da dor

  • CBD prolonga os efeitos do THC e atenua alguns de seus efeitos colaterais;
  • a vaporização fornece um rápido efeito, dependendo de dosagem precisa;
  • produtos ricos em THC e CBD podem causar coceira, inflamação e irritação da pele;
  • a potência analgésica de 10 mg de THC é igual a a potência de 60 mg de codeína;
  • em estudos experimentais em animais, o CBD impede dor neuropática induzida por quimioterapia;
  • canabinoides aumentam a atividade analgésica de alguns opioides.

Opioides x canabinoides

Durante a administração simultânea de canabinoides e opioides, existe a possibilidade de sinergismo no efeito analgésico (o uso de dois ou mais medicamentos fornece um efeito mais forte do que resultaria de um simples somatório do efeito analgésico de ambos os medicamentos), o que foi demonstrado para a combinação de morfina e oxicodona. O THC fornece até quatro vezes mais analgesia do que morfina e metadona.

Combinar canabinoides com opioides torna possível reduzir a dose de opioide, o que reduz os efeitos adversos. Às vezes é possível descontinuar o opioide.

Os canabinoides também podem apoiar eficazmente o tratamento da dependência de ópio. Observação de 91 pacientes viciados em opioides em terapia de substituição com metadona foi conduzida no âmbito de um estudo realizado nos Estados Unidos.

Pacientes que estavam usando canabinoides antes do início do tratamento também estavam usando menos opioides. Além disso, eles exibiram sintomas de abstinência menos graves. O uso de canabinoides durante a fase inicial do tratamento de substituição, quando os sintomas de abstinência eram mais graves, foi maior do que nas fases seguintes, com sintomas menos graves.

Ansiedade e depressão

O sistema endocanabinoide desempenha um papel importante na regulamentação de humor, estresse e transtornos mentais. Canabinoides são usados principalmente no tratamento de transtornos de ansiedade, ataques de pânico, transtornos de estresse pós-traumático e transtornos obsessivo-compulsivos.

Todos os mencionados são distúrbios caracterizados por ponderar sobre preocupações, medos atormentadores, bem como acompanhando tensão muscular. Os transtornos de ansiedade podem ocorrer como parte de outros transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia.

Canabinoides podem ser usados em terapia de suporte da ansiedade. Dependendo da atividade do sistema endocanabinoide em um determinado paciente, o tipo de Cannabis, proporções de fitocanabinoides, composição de terpenoides, composição química, a dose e a condição mental do paciente, os canabinoides podem aumentar ou reduzir a intensidade da ansiedade.

THC e CBD aliviam efetivamente os sintomas de ansiedade, mas não foi determinado se é mais eficaz para usar THC e CBD juntos ou separadamente.

O número significativo de receptores CB1 na amígdala, hipocampo e córtex indica que o sistema endocanabinoide regula o nível de ansiedade. Ele desempenha um papel importante na regulação do humor e transtornos de ansiedade e estudos experimentais conduzidos em animais indicam que baixas doses de agonistas do receptor CB1 reduzem a ansiedade de forma semelhante aos antidepressivos.

A depressão é frequentemente desenvolvida secundária a um diagnóstico de uma doença crônica grave. Canabinoides contendo THC pode reduzir a ansiedade e / ou depressão, no entanto, ainda é enfatizado que mais estudos clínicos sobre o uso de canabinoides no tratamento de transtornos mentais são necessários.

Conclusão

O sistema endocanabinoide desempenha um importante papel na homeostase corporal. Os receptores CB estão localizados em muitos órgãos, e eles são frequentemente representados por dois receptores (CB1 e CB2). Não houve correlação entre a concentração sanguínea e os resultados clínicos ou efeitos adversos dos canabinoides.

O efeito de prazer deve ser evitado durante o tratamento, razão pela qual uma avaliação de risco de abuso é necessária. No tratamento da dor neuropática, os canabinoides pode ser usado como um complemento para a terapia, mais raramente – como uma alternativa aos opioides.

Uma combinação de THC e CBD frequentemente fornecem os melhores efeitos, e CBD pode ser introduzido como o primeiro medicamento a aumentar o efeito anti-inflamatório.

Doses excessivamente altas causam sonolência, mas o risco de morte associado a insuficiência respiratória não aumenta devido à ausência de receptores CB na medula oblonga. Até agora, a dosagem ideal de canabinoides no tratamento dos sintomas não foi estabelecida. Portanto, são necessários estudos clínicos, incluindo que investiguem a eficácia da tolerância de canabinoides usados no tratamento dos sintomas.

Alzheimer: o que é e como funciona o tratamento

Alzheimer

O tratamento do Alzheimer muito se favorece de um um diagnóstico precoce.

Afinal, por ser uma enfermidade neurodegenerativa incurável, quanto antes for detectada, maiores são as chances de retardar o processo e aumentar a qualidade de vida do paciente.

Trata-se de um mal que aflige não só a pessoa enferma como os familiares, que se veem obrigados a dedicar-se integralmente ao cuidado do ente incapacitado.

Mas existe uma esperança no tratamento e alívio dos sintomas do Alzheimer: a Cannabis medicinal.

Continue lendo e descubra como ela pode ajudar a tratar dessa doença.

O que é o Alzheimer?

Caracterizada como um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal, a doença de Alzheimer (CID 10 G30) causa perdas severas da capacidade cognitiva e da memória.

Com o tempo, ela passa a comprometer também funções motoras básicas, impedindo a pessoa doente de levar uma vida normal.

Embora suas causas exatas ainda não possam ser apontadas, sabe-se que o avanço do Alzheimer tem relação com a proliferação de uma proteína chamada beta-amilóide no cérebro.

A doença foi descoberta em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, que investigou, após a morte, o cérebro de uma paciente, Auguste Deter, a primeira pessoa a ser diagnosticada com a condição.

Quais são as causas do Alzheimer?

Não são conhecidas as causas primárias do Alzheimer, no entanto, a medicina acredita que ela tem um forte componente genético.

De qualquer forma, existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolvê-lo, especialmente em pessoas acima de 65 anos.

Consumo de álcool, sedentarismo, tabagismo e falta de estímulos ao raciocínio e à cognição são os aspectos mais conhecidos.

Os 5 sintomas mais comuns do Alzheimer

Sintomas Alzheimer

Como destacado logo no início deste conteúdo, o tratamento do Alzheimer será mais eficaz quanto antes a doença for identificada.

Embora não tenha cura, a qualidade de vida do portador dessa condição pode ser prolongada quando ela é detectada a tempo e se a medicação for corretamente prescrita.

Por isso, é fundamental aprender a reconhecer os sintomas mais comuns em pessoas que sofrem de Alzheimer, uma doença silenciosa e que pode ser confundida inicialmente com sinais comuns do envelhecimento.

1. Falta de memória recente

Conforme envelhecemos, é normal que haja alguma perda de memória, especialmente a de curto prazo.

No entanto, esse também é o sintoma inicial do Alzheimer, que caracteriza-se por situações em que a pessoa se esquece de coisas que acabou de fazer ou de fatos recentes.

Esse déficit de memória também pode vir acompanhado de mudanças no humor.

Por isso, caso você perceba que um familiar acima de 40 anos tem se mostrado esquecido ou irritado demais, procure um médico para que os exames de detecção da doença sejam prescritos.

2. Perguntas que se repetem

Com a perda acelerada da memória, é comum que o indivíduo com Alzheimer se veja confuso e passe a fazer perguntas aparentemente sem sentido ou mesmo repetidas.

Nos estágios mais avançados, ele passa a esquecer até mesmo de pessoas próximas e se vê perdido em locais antes conhecidos.

3. Dificuldade em raciocinar

O Alzheimer é uma doença que afeta as sinapses, ou seja, o fluxo de informação que circula entre os neurônios no cérebro.

Por isso, o portador dela também apresenta, cedo ou tarde, dificuldades em elaborar raciocínios mais complexos.

Nos estágios mais avançados, ele se vê incapaz de formular ideias ou mesmo de responder a questões triviais do dia a dia.

Em virtude desse prejuízo neurológico, a dependência de outras pessoas para realizar tarefas simples aumenta com o tempo.

4. Incapacidade em solucionar problemas

Por causa dos prejuízos neurológicos, o indivíduo com Alzheimer se torna incapaz também de solucionar problemas muito simples.

Esse é mais um motivo que aumenta a necessidade de vigilância sobre o doente, que não pode sair desacompanhado ou realizar tarefas sem supervisão.

5. Comportamento agressivo e anormal

Junto a todos os distúrbios comportamentais que já vimos, há ainda a manifestação de uma agressividade incomum, até mesmo em situações corriqueiras em que tal atitude não faz sentido.

Essa agressividade, por sua vez, tem ligação com outros problemas associados à doença e que geram irritabilidade.

Privação de sono, cansaço e efeitos adversos da medicação são algumas das possíveis causas.

Assim sendo, é preciso muito cuidado e paciência por parte dos familiares que se dedicam a assistir o portador dessa enfermidade.

As 4 fases do Alzheimer

Por ser uma doença neurodegenerativa e que só avança com o tempo, o Alzheimer se manifesta por etapas.

A medicina já identificou quatro fases distintas para o processo evolutivo desse tipo de demência.

A cada avanço, a pessoa doente sofre perdas irreversíveis. Por isso, vale reforçar, mais uma vez, a importância do diagnóstico precoce.

Considere que os sintomas descritos a seguir não são necessariamente ligados a um estágio específico, podendo se apresentar antes ou depois.

Conheça, então, a forma mais comum de como o Alzheimer evolui.

Estágio 1

Também conhecido como estágio de pré-demência, nesta fase inicial, os sintomas de Alzheimer aparecem de maneira ainda sutil.

Normalmente, o indício mais comum é a perda da memória de curto prazo, o que faz com que a pessoa não dê importância ao problema ou o relacione ao envelhecimento.

Contudo, é extremamente relevante detectar o Alzheimer logo nessa fase, que é quando é possível minimizar os danos ao cérebro.

Para isso, existem testes neuropsicológicos capazes de detectar a enfermidade com grande antecedência, auxiliando no seu controle.

Estágio 2

A partir do estágio 1, se nada for feito, o Alzheimer começa a se instalar.

É então que os sintomas se agravam e o paciente passa a ter dificuldade para se expressar, além de apresentar desorientação temporal e espacial, bem como complicações para tomar decisões.

Também é nessa etapa que o doente já começa a ter problemas para realizar tarefas simples, como trocar de roupa, por exemplo.

É comum, ainda, que ele passe a descuidar da própria higiene, além de apresentar confusão mental, como ao não saber se lembra algo ou ao relatar ter lembranças que não existem.

Estágio 3

No estágio 3, o Alzheimer já avançou a ponto de comprometer as funções musculoesqueléticas.

Por isso, o paciente apresenta fraqueza e falta de tônus muscular.

Nessa fase, o enfermo passa a ter incontinência, tanto fecal quanto urinária, o que o leva a depender totalmente de outras pessoas para realizá-las adequadamente.

Outro sintoma dessa etapa é a incomunicabilidade.

O paciente se torna apático, deixa de falar e fica cada vez mais isolado em um cômodo da casa.

Estágio 4

Quando chega ao quarto estágio, o terminal, em geral, o doente já não consegue mais se lembrar nem mesmo de acontecimentos do passado.

Ele passa a ser vítima de infecções cada vez mais frequentes e não consegue mais se alimentar por sentir dor ao engolir alimentos.

Além disso, o enfermo nesse estágio prefere permanecer deitado em posição fetal, ficando ainda impossibilitado de se locomover sem auxílio de cadeira de rodas.

Qual é o tempo de vida de uma pessoa com Alzheimer?

Se o diagnóstico for feito precocemente e a medicação correta for administrada, estima-se que uma pessoa com Alzheimer possa viver com qualidade por, pelo menos, 20 anos.

No entanto, nos casos em que a doença é detectada tardiamente, essa expectativa de vida pode ficar entre quatro e oito anos.

Vale sempre lembrar que essas são estimativas e que o tempo de vida médio varia de um paciente para o outro.

Qual é o tratamento para a doença de Alzheimer?

Remédios Alzheimer

A doença de Alzheimer requer não apenas tratamento farmacológico, como toda uma abordagem sócio-comportamental.

Isso porque o doente precisa de uma rede de cuidados e proteção, tendo em vista principalmente as fases mais avançadas da enfermidade.

Veja, na sequência, quais tipos de tratamentos são aplicados considerando os quatro estágios da doença.

Psicoterapia

Uma das formas de se reduzir o estresse provocado pela perda de conexão com a realidade do portador do Alzheimer é a abordagem com base na psicoterapia.

Uma das possibilidades nesse sentido, é a chamada terapia de estimulação, na qual as pessoas que convivem ou cuidam do enfermo passam a “entrar” na sua realidade.

Desse modo, os conflitos podem ser minimizados, ao mesmo tempo em que o portador da doença se sente mais seguro e confortável.

Fármacos convencionais

No entanto, a maior parte do tratamento para Alzheimer é baseado na administração de medicamentos tradicionais específicos para essa doença.

Entre esses fármacos, um dos mais prescritos é a Memantina, que atua diretamente no neurotransmissor glutamato.

Outro remédio comumente indicado é o Haldol, um antipsicótico usado para controlar a agressividade e a agitação.

Há, ainda, medicamentos usados como inibidores de colinesterase, cuja função é diminuir a taxa de destruição da acetilcolina, substância responsável por facilitar a comunicação entre as células nervosas.

Tratamento com óleo de CBD

Embora o tratamento com remédios convencionais possa ser bem-sucedido, em boa parte dos casos, eles trazem consigo uma série de efeitos colaterais.

Nesse sentido, os fármacos à base de canabidiol (CBD) vêm mostrando uma gama de benefícios, se comparados com os medicamentos comuns.

Estudos como Evidência in vivo para propriedades terapêuticas do canabidiol (CBD) para a doença de Alzheimer, publicado na revista NCBI, trazem importantes conclusões sobre a eficácia do CBD no tratamento de doença.

Em uma outra linha, a pesquisa Canabinoides para o tratamento da agitação e agressão na doença de Alzheimer, também publicada na revista da NCBI, foca nas propriedades dos canabinoides para minimizar os distúrbios comportamentais.

Sendo assim, já existem evidências científicas de que o CBD é uma alternativa a ser seriamente considerada para tratar do Alzheimer desde já.

Quais são os benefícios da Cannabis no tratamento do Alzheimer?

Benefícios Cannabis Alzheimer

O uso medicinal do canabidiol ainda é visto com ceticismo por uma parcela da comunidade médica brasileira.

Parte disso é por causa da associação que se faz com os efeitos psicoativos do THC, outro canabinoide encontrado nas plantas da espécie Cannabis.

No entanto, o seu “irmão” CBD não apresenta esse tipo de reação, muito pelo contrário.

Pesquisas e casos reais de recuperação incríveis só confirmam as propriedades terapêuticas dos fármacos produzidos com extrato de canabidiol.

Um deles é o do seu Ivo Suzin que, aos 51 anos, foi diagnosticado com Alzheimer.

Durante muito tempo, a família sofreu com a sua agressividade e o seu comportamento arredio.

Foi então que eles começaram uma jornada para conseguir cultivar Cannabis em casa, a fim de extrair o óleo que mudaria o rumo do tratamento.

Conheça essa emocionante história de sucesso do uso do canabidiol medicinal, que, inclusive, deve ser transformada em documentário.

O que a ciência sabe sobre a Cannabis no tratamento do Alzheimer?

Com o progressivo aumento da expectativa de vida no Brasil, cresceu também a ocorrência de doenças típicas da velhice. A Doença de Alzheimer, responsável por cerca de 80% dos casos de demência.

A ciência ainda tenta desvendar os caminhos que leva o cérebro ao Alzheimer. Pesquisas recentes, porém, demonstraram que, em pessoas doentes, uma proteína chamada beta-amilóide, responsável pela formação do citoesqueleto dos neurônios e presente em quantidades baixíssimas em cérebros saudáveis, adere à membrana das células do cérebro que contém colesterol, e formam espécies de placas neurais.

Essas placas então interagem com outras substâncias presentes no cérebro, desencadeando processos inflamatórios e de oxidação dos neurônios. E assim, sua morte. O tratamento convencional atua principalmente no alívio dos sintomas. Isso não impede a progressão da doença e oferece benefícios limitados na função cognitiva.

O Donepezil, vendido no Brasil como Eranz, é um dos mais comuns. Apesar de possuir função neuroprotetora, ele apresenta eficácia em apenas 20% dos pacientes. Porém, possui efeitos adversos, como náusea, diarreia, vômito, perda de peso, insônia e infecção no trato urinário.

Esse remédio geralmente vem acompanhado com um coquetel que incluem antipsicóticos, antidepressivos e anticonvulsivantes. Juntos, ampliam ainda mais as reações adversas. é neste vácuo de tratamento adequado que os componentes da Cannabis ganham espaço.

Canabidiol e THC

As propriedades do canabidiol tem amparado a ciência com resultados que demonstram o amplo espectro de ação da substância em diferentes sistemas, além de seu efeito protetor em doenças neurodegenerativas, tais como o Alzheimer e o Parkinson. Pesquisas indicaram sua eficácia como agente neuroprotetor, anti-inflamatório e antioxidante.

Em laboratório, a substância também apresentou capacidade de neurogênese, ou seja, de formar novos neurônios no hipocampo (onde acredita-se que são armazenadas as memórias) do cérebro de ratos.

Em uma pesquisa realizada com humanos, pesquisadores deram 1,5 gramas de THC, duas vezes ao dia, por quatro dias seguidos, para pacientes com Alzheimer. Um grupo de controle recebeu apenas placebo.

Quem recebeu tratamento com THC apresentou crescente melhora na mobilidade, além de não apresentar efeitos adversos. Uma revisão de estudos publicado em 2019 na Revista Brasileira de Neurologia também demonstrou que o uso de THC e CBD pode proporcionar aumento na diferenciação celular, na expressão de proteínas axonais e sinápticas, além de apresentar efeito neurorestaurador.

Em animais, houve relato de restituição de déficits social e do reconhecimento de objetos e modificação na composição das placas beta-amiloides. Já em humanos, observou melhora no bem-estar emocional, mobilidade, sintomas psicóticos e no sono, sem haver relato de mais efeitos adversos no uso dessas substâncias, comparado ao placebo.

outra revisão, feita por pesquisadores sul-coreanos, demonstra que a combinação entre CBD e THC é mais eficaz do que a administração do CBD ou do THC sozinhos.

Prevenção do Alzheimer: 5 hábitos para aderir

Prevenção do Alzheimer

Por mais que saibamos da relação do Alzheimer com a proliferação anormal de proteínas no cérebro, suas causas ainda não são exatamente conhecidas, como mencionado.

De qualquer forma, existem alguns fatores de risco associados à doença que, em geral, se manifesta após os 65 anos.

Veja, então, cinco  hábitos que podem ajudar a evitar o Alzheimer.

1. Faça exercícios

Há pesquisas que relacionam a prática regular de exercícios físicos a um risco menor de desenvolver Alzheimer na melhor idade.

Um deles, publicado no na revista Nature’s Medicine, comprovou a ligação entre atividade física e a melhora na capacidade de memorização.

2. Estimule a mente

Acredita-se que as chances de desenvolver Alzheimer seja maior entre as pessoas com poucos anos de estudo ou que não têm o hábito de estimular a mente.

leitura, segundo o pesquisador André Matta, da UFF, é um dos hábitos de estimulação mental que podem ajudar a evitar a doença.

De acordo com Matta, “uma vida mentalmente ativa adia a chegada da doença”, por isso, o hábito de ler é uma das melhores formas de prevenção.

3. Não consuma bebidas alcoólicas

Já é também conhecida a conexão entre o consumo de álcool como fator de risco para desenvolver Alzheimer.

Uma das provas dessa relação está no estudo Alcohol consumption and risk of dementia, publicado na revista The Lancet Public Health.

Portanto, quem não quiser aumentar as chances de ter Alzheimer no futuro deve evitar bebidas alcoólicas.

4. Não fume (ativa ou passivamente)

Assim como o álcool, outra substância tóxica também apontada como fator de risco para a doença é o tabaco.

É o que ficou comprovado pelo estudo Effect of smoking cessation on the risk of dementia: a longitudinal study, em que um grupo de pesquisadores sul-coreanos estabeleceu conexão entre o hábito de fumar e o desenvolvimento de demência.

5. Adote uma alimentação saudável

As pesquisas também comprovam que o Alzheimer tem relação com uma alimentação desregrada.

Em Portugal, um dos países europeus com mais casos registrados para essa doença, o estudo Nutrição e Doença de Alzheimer aponta para os tipos de alimentos ideais para prevenir e retardar o avanço da enfermidade.

Conclusão

A doença de Alzheimer não tem cura, mas, como vimos neste conteúdo, é perfeitamente controlável.

Em casos mais avançados, como o do seu Ivo, a medicação certa torna possível até mesmo resgatar o bem-estar e reintegrar o enfermo à vida em família.

Nesse aspecto, a Cannabis vem se mostrando um poderoso aliado para as pessoas que precisam lidar com a doença.

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Setembro Amarelo: como a Cannabis medicinal pode ajudar na prevenção ao suicídio

suicídio

O suicídio é uma das principais causas de óbito. Segundo a OMS, em 2019, 700 mil pessoas morreram por esse motivo, 1 em cada 100, número superior ao de óbitos por ​​HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios.

A OMS se esforça para reduzir esses números em pelo menos um terço até 2030. No cenário atual, apenas 38 países têm uma estratégia nacional de prevenção para esta área.

A Organização reitera que é necessária uma aceleração significativa para cumprir a meta presente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Pela importância do tema desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo®.

O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

Segundo a campanha, são mais de 13 mil suicídios no Brasil todos os anos. Abaixo veremos as principais patologias que levam a essa medida extrema.

Principais patologias que levam as pessoas ao suicídio

De acordo com o Manual MSD comportamentos suicidas geralmente resultam da interação de diversos fatores.

Porém, o principal deles é a Depressão. O Manual Para Profissionais de Saúde é categórico: “A quantidade de tempo gasto em um episódio de depressão é o preditor mais forte de suicídio. Além disso, suicídios parecem ser mais comuns quando ansiedade grave é parte de depressão maior ou depressão bipolar. O risco de pensamentos e tentativas suicidas pode aumentar em faixas etárias mais jovens depois que se inicia terapia com antidepressivos”.

Depressão

Na definição do DSM-V, manual elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais, a depressão provoca disfunções cognitivas, psicomotoras e de outros tipos (p. ex., dificuldade de concentração, fadiga, perda do desejo sexual, perda de interesse ou prazer em praticamente todas as atividades que anteriormente eram apreciadas, distúrbios do sono), bem como humor depressivo.

Pessoas com transtorno depressivo frequentemente têm pensamentos suicidas e podem tentar o suicídio. Outros sintomas ou transtornos mentais (p. ex., ansiedade e ataques de pânico) comumente coexistem, algumas vezes complicando diagnóstico e tratamento.

A depressão pode reduzir as respostas imunitárias protetoras. A depressão eleva o risco de doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico, talvez porque na depressão citocinas e fatores que aumentam a coagulação sanguínea estão elevados e a variabilidade da frequência cardíaca está reduzida — todos fatores de risco de doenças cardiovasculares.

Ansiedade

De acordo com o médico John W. Barnhill, psiquiatra e professor no Weill Cornell Medical College e que atua no New York Presbyterian Hospital, a ansiedade é um estado emocional perturbador e desconfortável de nervosismo e preocupação; suas causas são menos claras.

Ela está menos ligada com o momento exato da ameaça; ela pode ser antecipatória, antes da ameaça, persistir depois que a ameaça cessou, ou ocorrer sem ameaça identificável. A ansiedade é muitas vezes acompanhada por alterações físicas e comportamentos similares àqueles causados pelo medo.

Algum grau de ansiedade é adaptativo; pode ajudar as pessoas a preparar, praticar e executar algo, de maneira que seu funcionamento seja melhorado, e ajudá-las a ser apropriadamente cautelosas em situações potencialmente perigosas. Entretanto, além de certo limite, a ansiedade causa disfunção e perturbação inadequada. Nesse ponto, ela é desadaptativa, sendo considerada um transtorno.

A ansiedade ocorre em uma grande variedade de transtornos mentais e físicos, mas é o sintoma predominante em alguns deles. Transtornos de ansiedade são mais comuns que qualquer outra classe de transtornos psiquiátricos. Todavia, muitas vezes, não são reconhecidos e, por conseguinte, não são tratados. Deixada sem tratamento, a ansiedade crônica e desadaptativa pode contribuir para alguns distúrbios médicos gerais ou interferir no tratamento deles.

Estresse

Já na definição do Guia de Doenças e Sintomas do Hospital Israelita Albert Einstein ressalta que o termo é amplamente usado, mas sua definição exata é pouco conhecida.

“As pessoas usam essa palavra para dizer que o dia foi corrido, com um monte de coisas para fazer, mas isso não necessariamente gera sinais de estresse, um mecanismo fisiológico sem o qual nem o ser humano nem os animais teriam sobrevivido até os dias de hoje”, diz Selma Bordin, psicóloga do Einstein.

Quando nossos ancestrais se deparavam com situações de perigo, como o encontro inesperado com um animal, precisavam defender-se – seja atacando ou fugindo. As duas reações possíveis demandam uma série de ajustes do corpo. “O batimento cardíaco acelera porque tem que bombear mais sangue, os músculos precisam receber mais energia, há um aumento da respiração e da pressão arterial, entre outras coisas”, explica a dra. Selma.

Atualmente, vivendo em cidades e enfrentando problemas bem diversos dos da selva – como pressões para atingir metas –, o corpo continua preparando-nos para lutar ou fugir quando nos sentimos ameaçados. Mas, em geral, não partimos para a briga física, nem saímos em disparada. E toda a adrenalina, por exemplo, liberada em nosso sangue, fica sem função.

O estresse pode desencadear crises de depressão e ansiedade e, portanto, também é um fator de risco para o suicídio.

Como a Cannabis Medicinal pode auxiliar na prevenção ao Suicídio

Em um estudo de 2010, intitulado Uso terapêutico dos canabinoides em psiquiatria” e publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, resultados indicaram que o canabidiol demonstrou “potencial terapêutico como antipsicótico, ansiolítico, antidepressivo e em diversas outras condições”.

Segundo a publicação, o sistema canabinoide demonstra um potencial promissor para novas intervenções terapêuticas em psiquiatria.

O método da pesquisa partiu de uma busca e revisão profunda da literatura sobre o uso terapêutico dos canabinoides. Principalmente o CBD e o THC.

Já o pesquisador da USP Eduardo Junji Fusse, em estudo publicado em 2019, afirma que o “sistema endocanabinóide tem se demonstrado como candidato para a terapêutica de transtorno de ansiedade e depressão, visto que estudos em modelos animais e pacientes humanos demonstram que a modulação desse sistema tem efeito antidepressivo e ansiolítico”.

Em outro estudo, um teste clínico da Universidade de São Paulo (USP) mostrou resultados relevantes do uso do canabidiol para tratar a síndrome de “burnout”, condição causada pelo esgotamento físico e mental. O objeto do estudo foi um grupo de médicos e profissionais de saúde na linha de frente da resposta à Covid-19.

Como resultado, a substância reduziu sintomas de fadiga emocional em 25% dos voluntários, depressão em 50% e ansiedade em 60% entre profissionais do Hospital Universitário da USP de Ribeirão Preto.

Descoberto pelo professor Dr. radicado em Israel Raphael Mechoulam em 1964, o sistema endocanabinoide levou ao aumento das pesquisas e uso do canabidiol (CDB) como uma substância de elevado valor terapêutico.

Segundo os estudos da equipe do professor, em linhas gerais, o canabidiol (CDB) age no tratamento de um amplo espectro de doenças graças à sua capacidade de  interação com dois receptores do nosso sistema nervoso chamados CB1 e CB2, responsáveis pelo funcionamento do sistema endocanabinoide, presente em todos os seres humanos e na maioria dos animais.

O professor Dr. descobriu que o papel fundamental desse sistema acontece na regulação da homeostase. Os endocanabinoides e os canabinoides exógenos, como o CBD, atuam com função reguladora, ora suprimindo, ora estimulando reações.

No caso da ansiedade, ele age intervindo na bioquímica envolvida nos padrões de comportamento desse transtorno, aliviando os seus sintomas ou neutralizando-os completamente.

Conclusão

Uma série de estudos mostram o grande potencial que o CBD possui para inibir ou tratar as principais causas que levam a transtornos depressivos, de ansiedade e estresse, podendo, dessa forma, evitar muitos casos de suicídio e salvar milhões de vidas.

Entretanto, a legislação e o estigma social ainda afetam negativamente o número de pesquisas medicinais usando os compostos da Cannabis. Aos poucos, essas barreiras vêm diminuindo, mas há muito trabalho pela frente.

Os resultados até agora, porém, são animadores.

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Todos os nossos produtos à base de Cannabis são aprovados pela Anvisa. Nos enquadramos na RDC nº 335/2020.

Referências:

Tratamento da epilepsia com Cannabis medicinal: como funciona, vantagens e benefícios.

Epilepsia Cannabis

O tratamento de epilepsia com Cannabis vem assumindo protagonismo no enfrentamento de casos da doença – o que não acontece por acaso.

De acordo com o Critical Review Report, da Organização Mundial de Saúde (OMS), essa poderosa substância tem efeitos benéficos para quem sofre do distúrbio que afeta o sistema nervoso e as sinapses no cérebro.

O reconhecimento se deve aos numerosos estudos que apontam para a eficácia dos canabinoides, que atuam como anticonvulsivantes e neuroprotetores.

Mas há muito mais a ser desvendado e, por isso, você está convidado a prosseguir na leitura deste artigo e conhecer mais sobre os tratamentos à base de canabidiol.

Tratamento da epilepsia com Cannabis: afinal, o que é epilepsia?

A epilepsia (CID-10 G40) é uma doença que afeta o sistema nervoso central (SNC) e o cérebro.

Entre os seus sintomas mais pronunciados, estão as crises convulsivas, que podem ser clônicas ou tônico-clônicas e que, em alguns casos, causam perda de consciência.

No Brasil, estima-se que de 1% a 2% da população sofra de epilepsia, doença que pode atingir pessoas de todas as idades. Trata-se de uma das enfermidades do SNC mais prevalentes.

O CFM – Conselho Federal de Medicina, desde o ano de 2014 regulamenta o uso compassivo do canabidiol para crianças e adolescentes com epilepsias refratárias aos tratamentos convencionais.

O uso compassivo do canabidiol (CBD), um dos 80 derivados canabinoides da Cannabis sativa, foi autorizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para crianças e adolescentes portadores de epilepsias refratárias aos tratamentos convencionais. A decisão faz parte da Resolução CFM no 2.113/2014, publicação no Diário Oficial da União (DOU).

De acordo com um estudo de alcance mundial sobre epilepsia, em 2015, cerca de 39 milhões de indivíduos em todo o mundo sofriam de alguma das suas modalidades.

E, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a epilepsia é a doença neurológica de maior prevalência no mundo.

Em 2019, a OMS ainda estimou que cerca de 50 milhões de pessoas sejam afetadas por esse distúrbio, que atinge crianças, adultos e idosos.

Ou seja, os casos de epilepsia acabam crescendo em taxas altas. Por isso, a importância de falarmos mais sobre a patologia.

Quais são as causas da epilepsia?

Entre as possíveis causas externas para desenvolvimento da epilepsia, destacam-se:

  • Abuso de álcool e drogas
  • Neurocisticercose
  • Infecções (como a meningite)
  • Problemas no parto.

De qualquer modo, nem sempre as causas primárias da doença podem ser prontamente identificadas.

Isso porque a epilepsia também pode ser genética ou estar ligada a fatores emocionais e até ao estresse.

Em outros casos, a medicina simplesmente não consegue identificar sua origem.

Dessa forma, o tratamento deve se limitar aos sintomas mais recorrentes, em virtude da impossibilidade de se atacar a causa primária.

Quais são os fatores de risco para crises epiléticas?

Como toda doença neurológica, a epilepsia apresenta certos fatores de risco que aumentam as chances de uma pessoa vir a desenvolvê-la.

Quem sofreu pancadas fortes na cabeça ou traumatismo craniano, nesse aspecto, tem mais chances de se tornar um epiléptico.

Ainda estão no grupo de risco para a doença indivíduos com histórico familiar e pessoas que tenham nascido com malformações congênitas no cérebro.

Portadores de arritmias cardíacas também devem ficar atentos, já que a possibilidade de eles desenvolverem o distúrbio é maior do que a média.

Quais são os principais sintomas de epilepsia?

Epilepsia Cannabis

Os sintomas da epilepsia são decorrentes de uma atividade elétrica anormal do cérebro, que passa a funcionar em uma frequência muito mais alta do que o normal.

Com isso, uma série de reações físicas e psíquicas são desencadeadas, algumas delas potencialmente perigosas, porque podem levar o paciente a sofrer lesões.

Uma crise epiléptica é um evento bastante delicado e que demanda cuidados específicos.

Entre eles, é importante controlar a sua duração, já que geralmente um ataque não se estende por mais de cinco minutos.

Se isso acontecer, o socorro médico deve ser acionado.

Para impedir traumas na cabeça (que pode sofrer pancadas em uma convulsão), recomenda-se manter a pessoa deitada com uma toalha ou algo que possa amortecer os impactos logo embaixo.

Veja, a seguir, quais são os sintomas mais recorrentes da epilepsia e como eles se manifestam.

Espasmos e contrações musculares

Também conhecidos como mioclonias, os espasmos e as contrações musculares em epilépticos podem afetar um músculo apenas ou um grupo muscular inteiro.

Existe toda uma gradação desse tipo de crise, que pode se manifestar tanto em microtremores insignificantes quanto por longas e perigosas contrações.

Vale prestar atenção também à frequência.

Se os espasmos são recorrentes e de amplitude moderada à alta, é recomendado procurar ajuda médica para o diagnóstico e posterior tratamento.

Movimentos involuntários

Junto aos espasmos, podem acontecer também movimentos involuntários de membros, músculos da face, pálpebras ou da cabeça.

A recomendação válida para os espasmos se aplica igualmente para esse sintoma.

Se eles se apresentam periodicamente e de maneira mais aguda, é sinal de que a pessoa pode sofrer de algum tipo de epilepsia.

Lapsos de atenção

Nem sempre a epilepsia se manifesta por crises tônicas, ou seja, com espasmos musculares ou convulsões violentas.

Na verdade, em alguns casos, ela se apresenta de forma oposta, isto é, a pessoa parece se “desligar” do mundo ou ter dificuldades para prestar atenção ou se concentrar em uma tarefa.

É preciso ter muito cuidado com esse sintoma, presente em modalidades como epilepsia do lobo frontal, que pode levar a perdas nas funções cognitivas.

Entorpecimento

Uma vez que as sinapses no cérebro são afetadas, pode ser que uma crise epiléptica seja acompanhada de entorpecimento.

O paciente age como se estivesse dopado e, em alguns casos, pode apresentar perda de memória recente.

Perda de consciência

Por sua vez, os desmaios ocorridos durante um ataque epiléptico podem sinalizar para uma forma de epilepsia mais grave.

Se eles acontecem com frequência, o paciente deve ser levado o mais rápido possível para uma unidade de saúde a fim de realizar exames para um eventual diagnóstico.

Quais são os tipos de crises epiléticas?

Agora, vamos conhecer detalhes sobre os diferentes tipos de crises epiléticas e suas consequências.

Crise generalizada

As crises generalizadas se caracterizam por afetar todo o cérebro.

Segundo as autoras do livro Crises Epiléticas (Leitura Médica Ltda., 2014), Silvia Kochen e Elza Márcia Targas Yacubian, esse tipo de crise pode “incluir estruturas corticais e subcorticais, mas não necessariamente todo o córtex […] e podem ser assimétricas”.

Como comprometem áreas maiores do cérebro, a modalidade generalizada acaba por apresentar um conjunto de variações mais amplo, com destaque para as crises:

  • Clônicas
  • Mioclônicas
  • De ausência
  • Atônicas
  • Tônicas
  • Tônico-clônicas.

Crise focal ou parcial

Nos casos em que uma parte de um hemisfério cerebral é atingida, fica configurada a epilepsia parcial que, normalmente, se manifesta em crianças.

Essa modalidade da doença pode ser classificada conforme a região do cérebro comprometida:

  • Lobo frontal: causada por malformações do cérebro, displasias ou lesões perinatais
  • Lobo temporal: suas causas mais frequentes são tumores embrionários, displasias ou esclerose hipocampal, caracterizando-se por crises de ausência
  • Lobo parietal: de ocorrência rara na infância, apresenta manifestações que podem ser confundidas com outros tipos de epilepsia parcial
  • Crises centrais: também chamada de epilepsia rolândica, é a forma mais comum da doença na infância, correspondendo a ¼ de todas elas. Seus acessos afetam, basicamente, os músculos da face e da garganta
  • Lobo occipital: caracteriza-se por problemas visuais como alucinações, desvios oculares e até cegueira.

Outra maneira de se classificar as crises parciais é como complexa, em que o paciente sofre desmaios, ou simples, quando ele não tem perda de consciência.

Como é feito o diagnóstico da epilepsia?

Em crianças e adolescentes, o diagnóstico de epilepsia pode ser feito caso tenha ocorrido mais de uma convulsão em um curto período de tempo.

Nesse cenário, os pais devem comparecer ao médico e relatar como foram as crises, contando o que aconteceu antes, durante e depois.

Se possível, vale gravar a ocorrência em vídeo para que o especialista possa identificar com ainda mais precisão o tipo de epilepsia em questão.

Também podem ser prescritos os seguintes exames:

  • Imagem de ressonância magnética
  • Tomografia axial computorizada
  • Electroencefalograma
  • Análise de sangue.

Quais são os tratamentos tradicionais para crises epiléticas?

Normalmente, os tratamentos contra a epilepsia se baseiam na prescrição de medicamentos como anticonvulsivantes.

Também podem ser indicadas terapias como a dieta cetogênica, estimulação do nervo vago (VNS) ou estimulação cerebral profunda (DBS).

Só em casos mais extremos é recomendada a cirurgia, como acontece quando é diagnosticada a epilepsia focal, que atinge apenas uma parte do cérebro.

Tratamento da epilepsia com Cannabis: como funciona?

Epilepsia Cannabis

Um dos principais desafios para médicos e pacientes é quando se manifesta a chamada epilepsia refratária.

Nesse caso, ele não responde às soluções convencionais, o que exige uma abordagem alternativa.

É quando pode ser prescrito o tratamento à base de canabinoides, cujas propriedades ajudam no controle das crises.

Para fins de recursos terapêuticos, o médico deverá indicar a dosagem adequada, que pode ser aumentada com o passar do tempo.

O que os especialistas dizem sobre o uso de Cannabis no tratamento de epilepsia?

Você viu logo no início deste conteúdo que a própria OMS já reconheceu a eficácia da Cannabis no tratamento da epilepsia.

Embora sejam necessários cada vez mais estudos, os relatos de pessoas que conseguiram controlar a doença (e até de animais) e as pesquisas acadêmicas apontam para um futuro promissor.

Uma delas é o artigo Effect of Cannabidiol on Drop Seizures in the Lennox-Gastaut Syndrome, publicado em 2018.

No estudo, foram testados 226 pacientes portadores da síndrome de Lennox-Gastaut (SLG), uma condição epiléptica pediátrica grave.

Os pesquisadores verificaram que a adição de canabidiol ao tratamento farmacológico convencional diminuiu consideravelmente a frequência das convulsões.

Quais propriedades terapêuticas da Cannabis auxiliam no tratamento da epilepsia?

Entre as várias propriedades terapêuticas da Cannabis medicinal, duas são especialmente importantes para quem sofre de epilepsia: a anticonvulsivante e a neuroprotetora.

A primeira foi estudada na pesquisa Cannabinoids in the Treatment of Epilepsy: Hard Evidence at Last?, em que o autor Emilio Perucca conclui:

“Após quase quatro milênios de uso médico documentado no tratamento de distúrbios convulsivos, estamos muito perto de obter evidências conclusivas da eficácia dos canabinoides em algumas síndromes epilépticas graves.”

Já no Review of the neurological benefits of phytocannabinoids, os autores Joseph Maroon e Jeff Bost concluem que:

“A pesquisa atual indica que os fitocanabinoides têm um poderoso potencial terapêutico em uma variedade de doenças, principalmente por meio da sua interação com o sistema endocanabinoide. O CBD é de particular interesse devido à sua ampla capacidade e à falta de efeitos colaterais em uma variedade de doenças e condições neurológicas.”

Tratamento de epilepsia com Cannabis: quais são as vantagens?

O tratamento de epilepsia com CBD, embora ainda não seja 100% chancelado pela ciência, já é considerado seguro e eficaz.

Isso porque o óleo de canabidiol, um dos medicamentos mais prescritos, apresenta vantagens bastante relevantes, se comparado com os fármacos convencionais.

Conheça alguns deles nos tópicos abaixo.

Melhora o humor

Embora seja um benefício que é mais recorrente em tratamentos contra distúrbios de comportamento, a melhora do humor também acontece em portadores de epilepsia.

Afinal, em doenças que afetam o sistema nervoso central e a cognição, como o Alzheimer, o canabidiol pode promover grandes transformações.

Também é eficaz nos casos de pacientes agressivos por conta do transtorno do espectro autista (TEA).

Desse modo, o CBD vem a ser um poderoso aliado para aprimorar a qualidade de vida, inclusive nos portadores de epilepsia, porque ajuda a recuperar a homeostase e, assim, leva a uma melhora no bem-estar geral.

Efeito entourage

efeito entourage, que sempre abordamos em nossos conteúdos, é uma vantagem adicional do canabidiol no tratamento contra a epilepsia.

Por meio dele, os benefícios à saúde proporcionados pelos canabinoides são potencializados em função do princípio da sinergia botânica.

Isso acontece porque, em geral, o CBD é administrado em forma de óleo de espectro amplo ou completo, no qual ele se mistura aos outros canabinoides extraídos da Cannabis.

Fora isso, a Cannabis contém flavonoides e terpenos, que também potencializam os efeitos terapêuticos.

Sendo assim, elas fazem com que o canabidiol promova muito mais benefícios à saúde do que quando administrado de maneira isolada.

Poucos efeitos adversos

Talvez uma das principais descobertas sobre o CBD feitas pela ciência é a de que ele provoca menos efeitos colaterais do que os medicamentos convencionais.

Para certos pesquisadores, isso se deve ao fato de ele interagir com o sistema endocanabinoide, o que faz com que o organismo tolere melhor o canabidiol.

Uma evidência dessa tolerância está na utilização do extrato de CBD em cuidados paliativos de pacientes com câncer.

Eles são submetidos a sessões de quimioterapia e uma medicação pesada que os levam a sentir náuseas e a vomitar.

Desse modo, o canabidiol é uma alternativa para eliminar ou atenuar essas reações, colaborando para melhorar a qualidade de vida e promovendo alívio dos efeitos adversos.

Produto 100% natural

Os avanços da indústria farmacêutica devem ser celebrados, afinal, muitos deles vêm salvando vidas em todo o mundo.

Ainda assim, os benefícios dos medicamentos fabricados, em alguns casos, são superestimados, o que pode ser uma das causas da automedicação.

É cada vez mais consenso que a prioridade em tratamentos para epilepsia (e outras doenças) deveria ser as soluções naturais, entre as quais está a Cannabis.

Quais são os efeitos colaterais do tratamento?

Como você viu, uma vantagem particularmente interessante no tratamento da epilepsia com Cannabis diz respeito aos raros efeitos colaterais.

Credita-se isso à sua interação com o organismo via sistema endocanabinoide, razão pela qual ele é, em geral, bem tolerado em praticamente todos os tipos de tratamento.

Embora a ciência ainda não tenha todas as respostas, até agora, os estudos já publicados trazem evidências sobre o uso seguro dos medicamentos com canabinoides.

Um deles é a revisão An Update on Safety and Side Effects of Cannabidiol: A Review of Clinical Data and Relevant Animal Studies, de autoria de Franjo Grotenhermen e Kerstin Iffland, do Instituto Nova, na Alemanha.

Na conclusão, eles enfatizam que o perfil de segurança do CBD já está estabelecido de muitas formas, o que o torna seguro como recurso terapêutico.

Onde encontrar produtos à base de Cannabis para tratar a epilepsia?

Considerando a oferta ainda restrita de Cannabis medicinal no Brasil, é comum recorrer à importação de medicamentos em tratamentos contra a epilepsia.

Veja a seguir como acontece o processo, todo ele controlado pela Anvisa.

Consulta médica

A compra de medicamentos que contêm CBD começa na consulta médica, na qual o especialista prescreve o remédio conforme as necessidades do paciente.

Pedido junto à Anvisa

De posse da receita, identidade e comprovante de residência, o comprador/paciente deve acessar o site da Anvisa para envio da documentação e preenchimento do devido formulário.

Resposta da Anvisa

Feito o pedido, é preciso aguardar pela resposta do órgão de controle, que pode chegar dentro de dez dias, aproximadamente.

Se o retorno for positivo, é emitida a autorização de importação.

Compra e entrega

Sempre respeitando os limites da Anvisa, que proíbe a compra de medicamentos de CBD que não sejam administrados via oral ou nasal, pode ser feita a aquisição do produto do exterior.

Para maior comodidade, utilize o serviço de concierge da Tegra Pharma, que realiza todo esse trabalho para o paciente, cumprindo todas as etapas legais exigidas.

Conclusão

Em virtude das muitas vantagens da opção pelo CBD, o tratamento de epilepsia com Cannabis pode ser até priorizado, sobrepondo-se às alternativas conservadoras.

Isso porque as pesquisas indicam que ele apresenta poucos efeitos adversos e pode ser eficaz até para tratar das versões mais resistentes da doença.

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Esclerose Múltipla: Benefícios do Tratamento com Cannabis

Esclerose Múltipla Cannabis
A esclerose múltipla é um doença autoimune em que os anticorpos atacam o sistema nervoso central, causando uma serie de consequências ao portador. Conheça os benefícios do tratamento da doença com Cannabis.

Embora o Brasil esteja longe das primeiras posições entre os países com mais casos de esclerose múltipla por 100 mil habitantes, essa é uma condição médica que desperta grande preocupação por aqui.

Isso porque, na América Latina, só perdemos para a Argentina na prevalência, com 19 ocorrências por 100 mil habitantes, enquanto nossos vizinhos registram o dobro, 38.

Por outro lado, somos os líderes em números de casos entre os países latinos, com 40 mil pessoas acometidas pela doença, segundo o atlas da MS International Federation.

É praticamente o mesmo número de indivíduos que sofrem de câncer do cólon e reto, que atinge um pouco mais de 40 mil pessoas no Brasil, segundo o INCA.

Porém, diferentemente do câncer, a esclerose múltipla tem peculiaridades que pedem uma abordagem própria, afinal, ela não é passível de prevenção.

É nesse contexto que a Cannabis surge como uma esperança em termos de qualidade de vida para os que sofrem da enfermidade.

Neste conteúdo, você vai conhecer melhor como é feito o tratamento da esclerose múltipla com os compostos dessa planta, além de um panorama abrangente sobre essa doença.

Continue por aqui, informe-se e ajude a quem precisa.

Esclerose múltipla: o que é?

Esclerose múltipla (EM) é uma doença do tipo autoimune, ou seja, é uma condição em que as defesas do nosso corpo voltam-se contra o próprio organismo.

No caso da EM, os anticorpos passam a atacar o sistema nervoso central (SNC), destruindo a bainha de mielina que protege os neurônios.

Qual é a causa da esclerose múltipla?

A ciência continua avançando nas pesquisas sobre tratamentos, causas e formas de se diagnosticar a EM.

No entanto, ainda não é possível apontar com segurança o que ocasiona o seu desenvolvimento.

Entre as possibilidades mais aceitas pela comunidade científica, credita-se o surgimento da doença a fatores genéticos, vírus e até à falta de exposição ao sol.

Esse último critério de risco, a propósito, parece fazer sentido, já que nos países do Hemisfério Norte a prevalência da EM é bem maior.

A Alemanha é a recordista mundial nesse quesito, com 303 casos por 100 mil habitantes, de acordo com o já citado atlas mundial da MSIF.

Quais são os sintomas da esclerose múltipla?