A importância de testes de laboratórios independentes em produtos de Cannabis Medicinal

Testes de Laboratórios

Obrigatório para identificar a qualidade de produtos de Cannabis, os testes de laboratórios ajudam o médico a ter segurança para prescrever um tratamento com Cannabis medicinal para os seus pacientes.

Por isso, em diversos produtos de CBD, você vai encontrar um selo escrito “testado por laboratório independente”.

O que isso quer dizer?

Que existe um controle de qualidade comprovado para esse fitoterápico, através de uma análise imparcial do produto.

Continue lendo e saiba por que essa análise imparcial é importante.

Cada vez mais comuns, os testes de terceiros, feitos de forma imparcial, impulsionam marcas a garantir a qualidade de seus produtos e oferecem mais segurança ao usuário.

Não existe uma lei que obrigue as marcas hoje disponíveis no mercado passarem por um teste de qualidade, mas a verificação do produto por um outro laboratório gera mais confiança no usuário. É a certeza de que o produto está dentro de especificações que geram segurança para o tratamento, pois garantem que a quantidade de canabinoides e demais componentes realmente estão presentes no produto.

Por isso é tão importante receitar apenas produtos que contenham testes de laboratórios independentes para os seus pacientes.

Qualidade alterada

Como não há regulamentação do mercado de produtos de CBD e nem obrigatoriedade de testes, podem haver descuidos na plantação, extração e no processamento que alteram a qualidade do produto final, tais como o cultivo da planta num solo contaminado, a presença de produtos químicos contaminantes, maior quantidade de THC do que o descrito no rótulo e, o mais comum, menos CBD do que o prometido.

Num estudo de 2017, de 84 produtos testados, 70% deles tinha uma quantidade de CBD diferente da descrita no rótulo. Isso significa que o paciente pode não estar recebendo o tratamento correto para o seu problema.

Nos EUA, 11% dos óleos vendidos como CBD não trazem nada do produto. Em 51% deles, o teor é menor do que os 20% prometido no rótulo. Por outro lado, 15% deles traziam mais de 120% do que o esperado. Os dados foram divulgados no final de 2019 pela americana Leafly Certified Labs. Embora não existam números similares disponíveis no Brasil, pacientes e médicos já procuram meios de verificar a qualidade dos produtos que adquirem.  

No exterior, várias empresas oferecem testes para detecção de canabinoides, algumas, inclusive, usadas por polícias científicas. 

O que precisa ser avaliado nos testes de laboratórios

Existem atributos indispensáveis que devem ser analisados em um relatório de COA – certificate of analysis, como são chamados os testes independentes de laboratório.

Perfil canabinoide | É o principal teste de pureza e potência. Ele mede os canabinoides ativos nessa amostra. Os dois principais canabinoides preocupantes são o CBD e o THC. Com o cânhamo industrial, esses níveis precisam estar abaixo de 0,2%, segundo resolução 327 da Anvisa. Além disso, se os níveis de THC forem muito altos, o produto pode se tornar psicoativo.

Terpenos | Criados pelos tricomas das plantas, os terpenos são compostos pequenos e voláteis e fornecem aroma à planta, além de ajudarem na absorção dos canabinoides pelo organismo e terem efeitos terapêuticos auxiliares (relaxantes musculares, sedativos, estimulantes e muitos outros).

Solventes residuais | São utilizados quando os compostos ácidos e os canabinoides são extraídos do material vegetal. O protocolo e um método que assegurem qualidade na extração garantem um produto limpo, sem contaminação.

Hoje em dia, muitos fabricantes usam novas tecnologias que descartam o uso de solvente.

Contaminantes biológicos | Este teste mostra se o vegetal é puro ou contaminado por fungos, parasitas ou bactérias. Se o produto final estiver contagiado, pode desencadear alergias e outros danos no usuário.

Análise de metais pesados | O vegetal faz o processo de biorremediação – qualquer coisa que estiver na terra será absorvida pelas raízes da planta e depois concentrada em seu caule e folhas, tanto nutrientes, quanto metais pesados que podem existir em solos contaminados.

Os quatro grandes contaminantes são arsênico, cádmio, chumbo e mercúrio.

A importância de usar produtos testados

Os testes de laboratório são essenciais, pois não só demonstram integridade e transparência da marca, mas também podem apontar problemas que devem ser resolvidos antes do produto chegar ao consumidor.

Com a resolução de 2019, ocorreu uma série de possibilidades de exploração econômica de produtos derivados da Cannabis, como a importação, fabricação e venda. Tivemos um aquecimento muito rápido no mercado de canabinoides no país, o que por um lado é positivo, mas por outro, sem um controle sobre a qualidade dos produtos, os usuários podem ficar expostos a todo tipo de mercadoria.

Com a aprovação de um laboratório imparcial, que não pertence à marca e que não teria nenhum motivo para camuflar os resultados, o usuário fica menos exposto a produtos de qualidade inferior, contaminados ou que possam causar reações adversas. Portanto, leia sempre o rótulo e compre produtos testados.

Os tipos de testes de laboratórios 

Existem alguns métodos para testar as qualidades descritas anteriormente:

A Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) é uma técnica analítica que pode revelar informações estruturais sobre moléculas orgânicas e inorgânicas. Os núcleos magnéticos de isótopos específicos são alinhados por um forte ímã externo e então perturbados por uma onda de rádio. Essa energia externa aplicada à molécula é absorvida, e o núcleo perturbado é dito “em ressonância”.

A frequência de ressonância é observada como energia reemitida e está relacionada às relações de identidade, quantidade, posição e relações intramoleculares, identificando assim a composição da amostra e quantidades de cada um dos compostos.

Uma vantagem da Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear é que ela é realizada em menos tempo. Outro ponto positivo é demandar uma quantidade menor de solventes para ser feita, o que reduz os seus custos.

Por outro lado, o RMN tem precisão inferior em relação a outros testes por exemplo à CLEA, o que pode abrir margem para contestações.

espectrometria de massa ou teste de MS (Mass Spectometry) é uma técnica analítica na qual moléculas em uma amostra são convertidas em íons em fase gasosa, que são, na sequência, separados no espectrômetro de massas de acordo com sua razão massa (m) sobre a carga (z), m/z. O espectro de massa é um gráfico que mostra a abundância (intensidade) relativa de cada íon que aparece como picos com m/z definidos, assim intensificando os compostos individuais na amostra.

Cabe destacar quea Espectrometria de Massa é usada, em geral, para verificar a presença de metais pesados, embora também possa ser empregada para distinção de perfis de canabinoides.

reação em cadeia da polimerase (PCR) é uma técnica rotineira, rápida e com custo baixo de laboratório usada para fazer muitas cópias (milhões ou bilhões) de uma região específica do DNA, sendo indicado principalmente para medir os níveis de contaminação biológica.

Ele cruza dados do DNA encontrado na prova com outros padrões conhecidos, para encontrar, por exemplo, bactérias e fungos.

Então, a depender dos micro-organismos que aparecerem e das suas respectivas quantidades, é viável identificar o grau de contaminação de uma amostra.

O teste mais utilizado, entretanto, é o CLEA (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência) ou HPLC (High performance liquid chromatography)

A primeira parte deste método é a tecnologia de separação. A segunda parte é a tecnologia de detecção, onde é utilizada luz ultravioleta. Nesse tipo de teste, separam-se moléculas por meio de uma técnica chamada cromatografia.

Numa primeira fase, a amostra é dissolvida em uma solução solvente (geralmente, etanol). Na segunda fase, chamada de fase estacionária, utiliza-se pressão para separar as moléculas.

Elas saem do tubo de ensaio por um minúsculo orifício. As menores e mais pesadas movem-se primeiro. São analisadas de acordo com seu tamanho e densidade. Conforme saem, passam por um detector de luz UV e também são avaliadas por sua capacidade de absorção da luz. São então comparadas com padrões já computados de canabinoides para determinar a quantidade de cada composto. O CBD e o THC têm densidades distintas, portanto, saem do tubo em diferentes momentos.

Considerado como o teste padrão para aferir a concentração de canabinoides, a CLEA é o método mais difundido de se testar a procedência de fármacos à base de CBD em laboratório.

Conclusão

Os testes de terceiros são considerados importantes porque em um mercado com legislação pouco abrangente, os testes de terceiros são a melhor garantia para o cliente final, o seu paciente.

Ainda que representem um custo para os laboratórios fabricantes (há testes que podem sair a US$ 300,00 por frasco), vale a pena fazê-los até como um diferencial competitivo.

Afinal, é certo que o consumidor vai sempre preferir produtos testados e aprovados do que aqueles de procedência desconhecida e duvidosa.

Até porque, uma boa parte dos pacientes dos produtos de Cannabis medicinal ainda são crianças e adolescentes e uma mãe sempre vai escolher o melhor para o seu filho. Assim, também são os médicos, escolhem o melhor para o seu paciente.

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