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TegraPharma apoia campanha Purple Day em caminhada na Avenida Paulista

A cor roxa invadiu a Avenida Paulista, em São Paulo, durante a caminhada da campanha #DiaRoxo, realizada na manhã do último domingo, 26 de março. O evento – que contou com apoio da Tegra Pharma – integra as ações da campanha mundial Purple Day, que tem como objetivo promover um esforço mundial de conscientização sobre a epilepsia.

Com o slogan “Epilepsia não exclua”, o evento atraiu centenas de pessoas. A concentração teve início às 9h em frente ao Parque Mário Covas. Com faixas sobre o tema e bexigas roxas, os participantes andaram pela Avenida entregando panfletos explicativos sobre a epilepsia.
A vice-presidente executiva da TegraPharma, Ana Gabriela Baptista, reforça que o acesso a Cannabis medicinal no Brasil só teve êxito devido à incansável luta de famílias que entenderam o potencial dos canabinoides para a redução das convulsões em quadros de epilepsia grave e refratária. “Escolhemos apoiar esse lindo evento criado para conscientizar pessoas de todas as idades sobre essa alteração clínica, que impõe grandes desafios para pais e familiares. A história da epilepsia no Brasil se mistura com a nossa história. Se estamos aqui hoje, proporcionando qualidade de vida para milhares de pacientes, é pela luta dessas famílias, tornando isso possível”, afirma a vice- presidente Executiva da Tegra Pharma, Ana Gabriela Baptista.

Purple Day
O Purple Day foi criado em 2008 por Cassidy Megan, uma criança canadense de apenas 9 anos. Motivada por sua própria luta contra a epilepsia e os preconceitos sofridos pelos pacientes, Cassidy decidiu criar o movimento de conscientização sem imaginar que ele se tornaria uma ação mundial. A cor roxa foi escolhida para representar a epilepsia devido à flor de lavanda, frequentemente associada à solidão. Para ela, a cor representa a sensação de isolamento que muitas pessoas têm com a doença. A ideia é mostrar que elas não estão sozinhas.

No Brasil o movimento começou em 2011, com algumas atividades isoladas, utilizando principalmente as redes sociais para falar sobre a doença, e foi crescendo com os anos, atraindo o interesse de profissionais da área da saúde, interessados na causa, empresas e em especial familiares, amigos e pessoas com epilepsia. Hoje o evento acontece em várias cidades brasileiras, atingindo todas as regiões do país.

Cannabis x Epilepsia
O uso da Cannabis para o tratamento da epilepsia tem uma longa história que remonta a civilizações antigas. Há evidências de que a planta era utilizada com esse fim na China e na Índia há mais de 5 mil anos. No entanto, o interesse científico moderno pelo uso medicinal da Cannabis na epilepsia começou no século XIX, quando o médico irlandês William O’Shaughnessy tratou com sucesso uma criança de 40 dias com epilepsia usando um extrato de cannabis. O caso foi um marco na história da medicina e despertou o interesse de outros médicos na pesquisa dos efeitos terapêuticos da cannabis. Desde então, houve várias tentativas de explorar o potencial terapêutico da cannabis na epilepsia, incluindo estudos na década de 1940 que confirmaram sua eficácia no controle de convulsões.

Atualmente, com o avanço da pesquisa e da regulamentação em vários países, a Cannabis medicinal é uma opção cada vez mais viável para pacientes com epilepsia refratária, que não respondem adequadamente a outros tratamentos convencionais.

Evidências científicas
O estudo “Medical cannabis for severe treatment resistant epilepsy in children: a case-series of 10 patients” – publicado pela revista científica BMJ Paediatrics Open em dezembro de 2021 – apontou que, após o tratamento com Cannabis medicinal, a frequência de convulsões das 10 crianças que participaram da pesquisa foi reduzida em 86%, sem eventos adversos significativos. Os participantes também diminuíram o uso de drogas antiepilépticas de sete para uma, em média.

Liderado por pesquisadores do Departamento de Ciências do Cérebro do Imperial College London, o estudo teve como objetivo determinar a viabilidade do uso de medicamentos à base de Cannabis para tratar convulsões em crianças.

Os participantes foram tratados com uma variedade de óleos de Cannabis medicinal de planta inteira. Os autores do estudo defendem que, diferente do que se acreditava há alguns anos, os produtos full spectrum podem ter maior potencial para diminuir o número de convulsões em relação aos produtos isolados.

Em 2020, no estudo “Os efeitos anticonvulsivantes do canabidiol em modelos experimentais de crises epilépticas: Do comportamento e mecanismos aos insights clínicos”, pesquisadores do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP/Brasil) resumiram as evidências das atividades anticonvulsivantes do canabidiol (CBD) presentes em uma grande diversidade de modelos animais.

De acordo com a pesquisa, o CBD demonstrou eficácia contra convulsões tônicas, clônicas, tônico-clônicas generalizadas e em modelos de epilepsia resistentes à terapia, apresentando efeitos comportamentais, EEG e neuroprotetores em protocolos agudos e crônicos.

Em relação ao mecanismo de ação, a revisão mostrou que os efeitos anticonvulsivantes do CBD estão relacionados a uma grande variedade de mecanismos. Entre eles, modulação endocanabinoide, potencialização da neurotransmissão GABAérgica/inibitória e mobilização de cálcio dos canais BK, TRPV1, receptores mitocondriais e GPR55.

Os autores afirmaram ainda que é possível supor que a atividade anticonvulsivante do CBD pode não ser devida exclusivamente a um, mas sim a mecanismos multifatoriais subjacentes aos efeitos comportamentais, eletrofisiológicos e neuroprotetores apresentados pelo CBD em muitos modelos de crises epilépticas e mesmo em pacientes farmacorresistentes.

Novas descobertas
Motivados pela possibilidade de encontrar outros constituintes da Cannabis com propriedades anticonvulsivantes que possam colaborar com o tratamento da Síndrome de Dravet, pesquisadores da Lambert Initiative for Cannabinoid Therapeutics, da Universidade de Sydney (Austrália), relataram pela primeira vez que três canabinoides ácidos encontrados na Cannabis reduziram as convulsões em um modelo de camundongo da síndrome de Dravet, uma forma intratável de epilepsia infantil.

No estudo “Cannabigerolic acid, a major biosynthetic precursor molecule in cannabis, exhibits divergent effects on seizures in mouse models of epilepsy”, publicado no periódico British Journal of Pharmacology, os autores identificaram três fitocanabinoides com novas propriedades anticonvulsivantes: ácido canabigerólico (CBGA), ácido canabidivarínico (CBDVA) e ácido cannabigerovarínico (CBGVA).
Dados do estudo apontam que o CBGA foi mais potente e potencializou os efeitos anticonvulsivantes do clobazam contra convulsões induzidas por hipertermia e convulsões espontâneas, e foi anticonvulsivante no teste de limiar MES. No entanto, o CBGA foi pró-convulsivo no teste de limiar de 6 Hz e uma dose alta aumentou a frequência de crises espontâneas em camundongos Scn1a +/- . Verificou-se que o CBGA interage com vários alvos relevantes para a epilepsia, incluindo GPR55, canais TRPV1 e receptores GABA A.

Os resultados mostraram que cada um dos fitocanabinoides teve efeitos divergentes nas crises epilépticas, dependendo da dose e do modelo de epilepsia utilizado. Em alguns modelos de epilepsia, o CBGA e o CBGVA reduziram a gravidade e a frequência das crises, enquanto em outros modelos, o CBGA, CBDVA e CBGVA pioraram as crises. Os autores concluíram que esses canabinoides podem ter potencial terapêutico para o tratamento da epilepsia, mas são necessários mais estudos para entender melhor seus mecanismos de ação e sua eficácia em diferentes tipos de epilepsia.

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Referências
Zafar, Rayyan, et al. “Medical cannabis for severe treatment resistant epilepsy in children: a case-series of 10 patients.” BMJ Paediatrics Open 5.1 (2021).

Lazarini-Lopes, Willian, et al. “The anticonvulsant effects of cannabidiol in experimental models of epileptic seizures: From behavior and mechanisms to clinical insights.” Neuroscience & Biobehavioral Reviews 111 (2020): 166-182.

Anderson, Lyndsey L., et al. “Cannabigerolic acid, a major biosynthetic precursor molecule in cannabis, exhibits divergent effects on seizures in mouse models of epilepsy.” British journal of pharmacology 178.24 (2021): 4826-4841.

 

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