O tratamento do Alzheimer muito se favorece de um um diagnóstico precoce.
Afinal, por ser uma enfermidade neurodegenerativa incurável, quanto antes for detectada, maiores são as chances de retardar o processo e aumentar a qualidade de vida do paciente.
Trata-se de um mal que aflige não só a pessoa enferma como os familiares, que se veem obrigados a dedicar-se integralmente ao cuidado do ente incapacitado.
Mas existe uma esperança no tratamento e alívio dos sintomas do Alzheimer: a Cannabis medicinal.
Continue lendo e descubra como ela pode ajudar a tratar dessa doença.
O que é o Alzheimer?
Caracterizada como um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal, a doença de Alzheimer (CID 10 G30) causa perdas severas da capacidade cognitiva e da memória.
Com o tempo, ela passa a comprometer também funções motoras básicas, impedindo a pessoa doente de levar uma vida normal.
Embora suas causas exatas ainda não possam ser apontadas, sabe-se que o avanço do Alzheimer tem relação com a proliferação de uma proteína chamada beta-amilóide no cérebro.
A doença foi descoberta em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, que investigou, após a morte, o cérebro de uma paciente, Auguste Deter, a primeira pessoa a ser diagnosticada com a condição.
Quais são as causas do Alzheimer?
Não são conhecidas as causas primárias do Alzheimer, no entanto, a medicina acredita que ela tem um forte componente genético.
De qualquer forma, existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolvê-lo, especialmente em pessoas acima de 65 anos.
Consumo de álcool, sedentarismo, tabagismo e falta de estímulos ao raciocínio e à cognição são os aspectos mais conhecidos.
Os 5 sintomas mais comuns do Alzheimer
Como destacado logo no início deste conteúdo, o tratamento do Alzheimer será mais eficaz quanto antes a doença for identificada.
Embora não tenha cura, a qualidade de vida do portador dessa condição pode ser prolongada quando ela é detectada a tempo e se a medicação for corretamente prescrita.
Por isso, é fundamental aprender a reconhecer os sintomas mais comuns em pessoas que sofrem de Alzheimer, uma doença silenciosa e que pode ser confundida inicialmente com sinais comuns do envelhecimento.
1. Falta de memória recente
Conforme envelhecemos, é normal que haja alguma perda de memória, especialmente a de curto prazo.
No entanto, esse também é o sintoma inicial do Alzheimer, que caracteriza-se por situações em que a pessoa se esquece de coisas que acabou de fazer ou de fatos recentes.
Esse déficit de memória também pode vir acompanhado de mudanças no humor.
Por isso, caso você perceba que um familiar acima de 40 anos tem se mostrado esquecido ou irritado demais, procure um médico para que os exames de detecção da doença sejam prescritos.
2. Perguntas que se repetem
Com a perda acelerada da memória, é comum que o indivíduo com Alzheimer se veja confuso e passe a fazer perguntas aparentemente sem sentido ou mesmo repetidas.
Nos estágios mais avançados, ele passa a esquecer até mesmo de pessoas próximas e se vê perdido em locais antes conhecidos.
3. Dificuldade em raciocinar
O Alzheimer é uma doença que afeta as sinapses, ou seja, o fluxo de informação que circula entre os neurônios no cérebro.
Por isso, o portador dela também apresenta, cedo ou tarde, dificuldades em elaborar raciocínios mais complexos.
Nos estágios mais avançados, ele se vê incapaz de formular ideias ou mesmo de responder a questões triviais do dia a dia.
Em virtude desse prejuízo neurológico, a dependência de outras pessoas para realizar tarefas simples aumenta com o tempo.
4. Incapacidade em solucionar problemas
Por causa dos prejuízos neurológicos, o indivíduo com Alzheimer se torna incapaz também de solucionar problemas muito simples.
Esse é mais um motivo que aumenta a necessidade de vigilância sobre o doente, que não pode sair desacompanhado ou realizar tarefas sem supervisão.
5. Comportamento agressivo e anormal
Junto a todos os distúrbios comportamentais que já vimos, há ainda a manifestação de uma agressividade incomum, até mesmo em situações corriqueiras em que tal atitude não faz sentido.
Essa agressividade, por sua vez, tem ligação com outros problemas associados à doença e que geram irritabilidade.
Privação de sono, cansaço e efeitos adversos da medicação são algumas das possíveis causas.
Assim sendo, é preciso muito cuidado e paciência por parte dos familiares que se dedicam a assistir o portador dessa enfermidade.
As 4 fases do Alzheimer
Por ser uma doença neurodegenerativa e que só avança com o tempo, o Alzheimer se manifesta por etapas.
A medicina já identificou quatro fases distintas para o processo evolutivo desse tipo de demência.
A cada avanço, a pessoa doente sofre perdas irreversíveis. Por isso, vale reforçar, mais uma vez, a importância do diagnóstico precoce.
Considere que os sintomas descritos a seguir não são necessariamente ligados a um estágio específico, podendo se apresentar antes ou depois.
Conheça, então, a forma mais comum de como o Alzheimer evolui.
Estágio 1
Também conhecido como estágio de pré-demência, nesta fase inicial, os sintomas de Alzheimer aparecem de maneira ainda sutil.
Normalmente, o indício mais comum é a perda da memória de curto prazo, o que faz com que a pessoa não dê importância ao problema ou o relacione ao envelhecimento.
Contudo, é extremamente relevante detectar o Alzheimer logo nessa fase, que é quando é possível minimizar os danos ao cérebro.
Para isso, existem testes neuropsicológicos capazes de detectar a enfermidade com grande antecedência, auxiliando no seu controle.
Estágio 2
A partir do estágio 1, se nada for feito, o Alzheimer começa a se instalar.
É então que os sintomas se agravam e o paciente passa a ter dificuldade para se expressar, além de apresentar desorientação temporal e espacial, bem como complicações para tomar decisões.
Também é nessa etapa que o doente já começa a ter problemas para realizar tarefas simples, como trocar de roupa, por exemplo.
É comum, ainda, que ele passe a descuidar da própria higiene, além de apresentar confusão mental, como ao não saber se lembra algo ou ao relatar ter lembranças que não existem.
Estágio 3
No estágio 3, o Alzheimer já avançou a ponto de comprometer as funções musculoesqueléticas.
Por isso, o paciente apresenta fraqueza e falta de tônus muscular.
Nessa fase, o enfermo passa a ter incontinência, tanto fecal quanto urinária, o que o leva a depender totalmente de outras pessoas para realizá-las adequadamente.
Outro sintoma dessa etapa é a incomunicabilidade.
O paciente se torna apático, deixa de falar e fica cada vez mais isolado em um cômodo da casa.
Estágio 4
Quando chega ao quarto estágio, o terminal, em geral, o doente já não consegue mais se lembrar nem mesmo de acontecimentos do passado.
Ele passa a ser vítima de infecções cada vez mais frequentes e não consegue mais se alimentar por sentir dor ao engolir alimentos.
Além disso, o enfermo nesse estágio prefere permanecer deitado em posição fetal, ficando ainda impossibilitado de se locomover sem auxílio de cadeira de rodas.
Qual é o tempo de vida de uma pessoa com Alzheimer?
Se o diagnóstico for feito precocemente e a medicação correta for administrada, estima-se que uma pessoa com Alzheimer possa viver com qualidade por, pelo menos, 20 anos.
No entanto, nos casos em que a doença é detectada tardiamente, essa expectativa de vida pode ficar entre quatro e oito anos.
Vale sempre lembrar que essas são estimativas e que o tempo de vida médio varia de um paciente para o outro.
Qual é o tratamento para a doença de Alzheimer?
A doença de Alzheimer requer não apenas tratamento farmacológico, como toda uma abordagem sócio-comportamental.
Isso porque o doente precisa de uma rede de cuidados e proteção, tendo em vista principalmente as fases mais avançadas da enfermidade.
Veja, na sequência, quais tipos de tratamentos são aplicados considerando os quatro estágios da doença.
Psicoterapia
Uma das formas de se reduzir o estresse provocado pela perda de conexão com a realidade do portador do Alzheimer é a abordagem com base na psicoterapia.
Uma das possibilidades nesse sentido, é a chamada terapia de estimulação, na qual as pessoas que convivem ou cuidam do enfermo passam a “entrar” na sua realidade.
Desse modo, os conflitos podem ser minimizados, ao mesmo tempo em que o portador da doença se sente mais seguro e confortável.
Fármacos convencionais
No entanto, a maior parte do tratamento para Alzheimer é baseado na administração de medicamentos tradicionais específicos para essa doença.
Entre esses fármacos, um dos mais prescritos é a Memantina, que atua diretamente no neurotransmissor glutamato.
Outro remédio comumente indicado é o Haldol, um antipsicótico usado para controlar a agressividade e a agitação.
Há, ainda, medicamentos usados como inibidores de colinesterase, cuja função é diminuir a taxa de destruição da acetilcolina, substância responsável por facilitar a comunicação entre as células nervosas.
Tratamento com óleo de CBD
Embora o tratamento com remédios convencionais possa ser bem-sucedido, em boa parte dos casos, eles trazem consigo uma série de efeitos colaterais.
Nesse sentido, os fármacos à base de canabidiol (CBD) vêm mostrando uma gama de benefícios, se comparados com os medicamentos comuns.
Estudos como Evidência in vivo para propriedades terapêuticas do canabidiol (CBD) para a doença de Alzheimer, publicado na revista NCBI, trazem importantes conclusões sobre a eficácia do CBD no tratamento de doença.
Em uma outra linha, a pesquisa Canabinoides para o tratamento da agitação e agressão na doença de Alzheimer, também publicada na revista da NCBI, foca nas propriedades dos canabinoides para minimizar os distúrbios comportamentais.
Sendo assim, já existem evidências científicas de que o CBD é uma alternativa a ser seriamente considerada para tratar do Alzheimer desde já.
Quais são os benefícios da Cannabis no tratamento do Alzheimer?
O uso medicinal do canabidiol ainda é visto com ceticismo por uma parcela da comunidade médica brasileira.
Parte disso é por causa da associação que se faz com os efeitos psicoativos do THC, outro canabinoide encontrado nas plantas da espécie Cannabis.
No entanto, o seu “irmão” CBD não apresenta esse tipo de reação, muito pelo contrário.
Pesquisas e casos reais de recuperação incríveis só confirmam as propriedades terapêuticas dos fármacos produzidos com extrato de canabidiol.
Um deles é o do seu Ivo Suzin que, aos 51 anos, foi diagnosticado com Alzheimer.
Durante muito tempo, a família sofreu com a sua agressividade e o seu comportamento arredio.
Foi então que eles começaram uma jornada para conseguir cultivar Cannabis em casa, a fim de extrair o óleo que mudaria o rumo do tratamento.
Conheça essa emocionante história de sucesso do uso do canabidiol medicinal, que, inclusive, deve ser transformada em documentário.
O que a ciência sabe sobre a Cannabis no tratamento do Alzheimer?
Com o progressivo aumento da expectativa de vida no Brasil, cresceu também a ocorrência de doenças típicas da velhice. A Doença de Alzheimer, responsável por cerca de 80% dos casos de demência.
A ciência ainda tenta desvendar os caminhos que leva o cérebro ao Alzheimer. Pesquisas recentes, porém, demonstraram que, em pessoas doentes, uma proteína chamada beta-amilóide, responsável pela formação do citoesqueleto dos neurônios e presente em quantidades baixíssimas em cérebros saudáveis, adere à membrana das células do cérebro que contém colesterol, e formam espécies de placas neurais.
Essas placas então interagem com outras substâncias presentes no cérebro, desencadeando processos inflamatórios e de oxidação dos neurônios. E assim, sua morte. O tratamento convencional atua principalmente no alívio dos sintomas. Isso não impede a progressão da doença e oferece benefícios limitados na função cognitiva.
O Donepezil, vendido no Brasil como Eranz, é um dos mais comuns. Apesar de possuir função neuroprotetora, ele apresenta eficácia em apenas 20% dos pacientes. Porém, possui efeitos adversos, como náusea, diarreia, vômito, perda de peso, insônia e infecção no trato urinário.
Esse remédio geralmente vem acompanhado com um coquetel que incluem antipsicóticos, antidepressivos e anticonvulsivantes. Juntos, ampliam ainda mais as reações adversas. é neste vácuo de tratamento adequado que os componentes da Cannabis ganham espaço.
Canabidiol e THC
As propriedades do canabidiol tem amparado a ciência com resultados que demonstram o amplo espectro de ação da substância em diferentes sistemas, além de seu efeito protetor em doenças neurodegenerativas, tais como o Alzheimer e o Parkinson. Pesquisas indicaram sua eficácia como agente neuroprotetor, anti-inflamatório e antioxidante.
Em laboratório, a substância também apresentou capacidade de neurogênese, ou seja, de formar novos neurônios no hipocampo (onde acredita-se que são armazenadas as memórias) do cérebro de ratos.
Em uma pesquisa realizada com humanos, pesquisadores deram 1,5 gramas de THC, duas vezes ao dia, por quatro dias seguidos, para pacientes com Alzheimer. Um grupo de controle recebeu apenas placebo.
Quem recebeu tratamento com THC apresentou crescente melhora na mobilidade, além de não apresentar efeitos adversos. Uma revisão de estudos publicado em 2019 na Revista Brasileira de Neurologia também demonstrou que o uso de THC e CBD pode proporcionar aumento na diferenciação celular, na expressão de proteínas axonais e sinápticas, além de apresentar efeito neurorestaurador.
Em animais, houve relato de restituição de déficits social e do reconhecimento de objetos e modificação na composição das placas beta-amiloides. Já em humanos, observou melhora no bem-estar emocional, mobilidade, sintomas psicóticos e no sono, sem haver relato de mais efeitos adversos no uso dessas substâncias, comparado ao placebo.
Já outra revisão, feita por pesquisadores sul-coreanos, demonstra que a combinação entre CBD e THC é mais eficaz do que a administração do CBD ou do THC sozinhos.
Prevenção do Alzheimer: 5 hábitos para aderir
Por mais que saibamos da relação do Alzheimer com a proliferação anormal de proteínas no cérebro, suas causas ainda não são exatamente conhecidas, como mencionado.
De qualquer forma, existem alguns fatores de risco associados à doença que, em geral, se manifesta após os 65 anos.
Veja, então, cinco hábitos que podem ajudar a evitar o Alzheimer.
1. Faça exercícios
Há pesquisas que relacionam a prática regular de exercícios físicos a um risco menor de desenvolver Alzheimer na melhor idade.
Um deles, publicado no na revista Nature’s Medicine, comprovou a ligação entre atividade física e a melhora na capacidade de memorização.
2. Estimule a mente
Acredita-se que as chances de desenvolver Alzheimer seja maior entre as pessoas com poucos anos de estudo ou que não têm o hábito de estimular a mente.
A leitura, segundo o pesquisador André Matta, da UFF, é um dos hábitos de estimulação mental que podem ajudar a evitar a doença.
De acordo com Matta, “uma vida mentalmente ativa adia a chegada da doença”, por isso, o hábito de ler é uma das melhores formas de prevenção.
3. Não consuma bebidas alcoólicas
Já é também conhecida a conexão entre o consumo de álcool como fator de risco para desenvolver Alzheimer.
Uma das provas dessa relação está no estudo Alcohol consumption and risk of dementia, publicado na revista The Lancet Public Health.
Portanto, quem não quiser aumentar as chances de ter Alzheimer no futuro deve evitar bebidas alcoólicas.
4. Não fume (ativa ou passivamente)
Assim como o álcool, outra substância tóxica também apontada como fator de risco para a doença é o tabaco.
É o que ficou comprovado pelo estudo Effect of smoking cessation on the risk of dementia: a longitudinal study, em que um grupo de pesquisadores sul-coreanos estabeleceu conexão entre o hábito de fumar e o desenvolvimento de demência.
5. Adote uma alimentação saudável
As pesquisas também comprovam que o Alzheimer tem relação com uma alimentação desregrada.
Em Portugal, um dos países europeus com mais casos registrados para essa doença, o estudo Nutrição e Doença de Alzheimer aponta para os tipos de alimentos ideais para prevenir e retardar o avanço da enfermidade.
Conclusão
A doença de Alzheimer não tem cura, mas, como vimos neste conteúdo, é perfeitamente controlável.
Em casos mais avançados, como o do seu Ivo, a medicação certa torna possível até mesmo resgatar o bem-estar e reintegrar o enfermo à vida em família.
Nesse aspecto, a Cannabis vem se mostrando um poderoso aliado para as pessoas que precisam lidar com a doença.
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