Setembro Amarelo: como a Cannabis medicinal pode ajudar na prevenção ao suicídio

suicídio

O suicídio é uma das principais causas de óbito. Segundo a OMS, em 2019, 700 mil pessoas morreram por esse motivo, 1 em cada 100, número superior ao de óbitos por ​​HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios.

A OMS se esforça para reduzir esses números em pelo menos um terço até 2030. No cenário atual, apenas 38 países têm uma estratégia nacional de prevenção para esta área.

A Organização reitera que é necessária uma aceleração significativa para cumprir a meta presente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Pela importância do tema desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo®.

O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

Segundo a campanha, são mais de 13 mil suicídios no Brasil todos os anos. Abaixo veremos as principais patologias que levam a essa medida extrema.

Principais patologias que levam as pessoas ao suicídio

De acordo com o Manual MSD comportamentos suicidas geralmente resultam da interação de diversos fatores.

Porém, o principal deles é a Depressão. O Manual Para Profissionais de Saúde é categórico: “A quantidade de tempo gasto em um episódio de depressão é o preditor mais forte de suicídio. Além disso, suicídios parecem ser mais comuns quando ansiedade grave é parte de depressão maior ou depressão bipolar. O risco de pensamentos e tentativas suicidas pode aumentar em faixas etárias mais jovens depois que se inicia terapia com antidepressivos”.

Depressão

Na definição do DSM-V, manual elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais, a depressão provoca disfunções cognitivas, psicomotoras e de outros tipos (p. ex., dificuldade de concentração, fadiga, perda do desejo sexual, perda de interesse ou prazer em praticamente todas as atividades que anteriormente eram apreciadas, distúrbios do sono), bem como humor depressivo.

Pessoas com transtorno depressivo frequentemente têm pensamentos suicidas e podem tentar o suicídio. Outros sintomas ou transtornos mentais (p. ex., ansiedade e ataques de pânico) comumente coexistem, algumas vezes complicando diagnóstico e tratamento.

A depressão pode reduzir as respostas imunitárias protetoras. A depressão eleva o risco de doenças cardiovasculares, infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico, talvez porque na depressão citocinas e fatores que aumentam a coagulação sanguínea estão elevados e a variabilidade da frequência cardíaca está reduzida — todos fatores de risco de doenças cardiovasculares.

Ansiedade

De acordo com o médico John W. Barnhill, psiquiatra e professor no Weill Cornell Medical College e que atua no New York Presbyterian Hospital, a ansiedade é um estado emocional perturbador e desconfortável de nervosismo e preocupação; suas causas são menos claras.

Ela está menos ligada com o momento exato da ameaça; ela pode ser antecipatória, antes da ameaça, persistir depois que a ameaça cessou, ou ocorrer sem ameaça identificável. A ansiedade é muitas vezes acompanhada por alterações físicas e comportamentos similares àqueles causados pelo medo.

Algum grau de ansiedade é adaptativo; pode ajudar as pessoas a preparar, praticar e executar algo, de maneira que seu funcionamento seja melhorado, e ajudá-las a ser apropriadamente cautelosas em situações potencialmente perigosas. Entretanto, além de certo limite, a ansiedade causa disfunção e perturbação inadequada. Nesse ponto, ela é desadaptativa, sendo considerada um transtorno.

A ansiedade ocorre em uma grande variedade de transtornos mentais e físicos, mas é o sintoma predominante em alguns deles. Transtornos de ansiedade são mais comuns que qualquer outra classe de transtornos psiquiátricos. Todavia, muitas vezes, não são reconhecidos e, por conseguinte, não são tratados. Deixada sem tratamento, a ansiedade crônica e desadaptativa pode contribuir para alguns distúrbios médicos gerais ou interferir no tratamento deles.

Estresse

Já na definição do Guia de Doenças e Sintomas do Hospital Israelita Albert Einstein ressalta que o termo é amplamente usado, mas sua definição exata é pouco conhecida.

“As pessoas usam essa palavra para dizer que o dia foi corrido, com um monte de coisas para fazer, mas isso não necessariamente gera sinais de estresse, um mecanismo fisiológico sem o qual nem o ser humano nem os animais teriam sobrevivido até os dias de hoje”, diz Selma Bordin, psicóloga do Einstein.

Quando nossos ancestrais se deparavam com situações de perigo, como o encontro inesperado com um animal, precisavam defender-se – seja atacando ou fugindo. As duas reações possíveis demandam uma série de ajustes do corpo. “O batimento cardíaco acelera porque tem que bombear mais sangue, os músculos precisam receber mais energia, há um aumento da respiração e da pressão arterial, entre outras coisas”, explica a dra. Selma.

Atualmente, vivendo em cidades e enfrentando problemas bem diversos dos da selva – como pressões para atingir metas –, o corpo continua preparando-nos para lutar ou fugir quando nos sentimos ameaçados. Mas, em geral, não partimos para a briga física, nem saímos em disparada. E toda a adrenalina, por exemplo, liberada em nosso sangue, fica sem função.

O estresse pode desencadear crises de depressão e ansiedade e, portanto, também é um fator de risco para o suicídio.

Como a Cannabis Medicinal pode auxiliar na prevenção ao Suicídio

Em um estudo de 2010, intitulado Uso terapêutico dos canabinoides em psiquiatria” e publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, resultados indicaram que o canabidiol demonstrou “potencial terapêutico como antipsicótico, ansiolítico, antidepressivo e em diversas outras condições”.

Segundo a publicação, o sistema canabinoide demonstra um potencial promissor para novas intervenções terapêuticas em psiquiatria.

O método da pesquisa partiu de uma busca e revisão profunda da literatura sobre o uso terapêutico dos canabinoides. Principalmente o CBD e o THC.

Já o pesquisador da USP Eduardo Junji Fusse, em estudo publicado em 2019, afirma que o “sistema endocanabinóide tem se demonstrado como candidato para a terapêutica de transtorno de ansiedade e depressão, visto que estudos em modelos animais e pacientes humanos demonstram que a modulação desse sistema tem efeito antidepressivo e ansiolítico”.

Em outro estudo, um teste clínico da Universidade de São Paulo (USP) mostrou resultados relevantes do uso do canabidiol para tratar a síndrome de “burnout”, condição causada pelo esgotamento físico e mental. O objeto do estudo foi um grupo de médicos e profissionais de saúde na linha de frente da resposta à Covid-19.

Como resultado, a substância reduziu sintomas de fadiga emocional em 25% dos voluntários, depressão em 50% e ansiedade em 60% entre profissionais do Hospital Universitário da USP de Ribeirão Preto.

Descoberto pelo professor Dr. radicado em Israel Raphael Mechoulam em 1964, o sistema endocanabinoide levou ao aumento das pesquisas e uso do canabidiol (CDB) como uma substância de elevado valor terapêutico.

Segundo os estudos da equipe do professor, em linhas gerais, o canabidiol (CDB) age no tratamento de um amplo espectro de doenças graças à sua capacidade de  interação com dois receptores do nosso sistema nervoso chamados CB1 e CB2, responsáveis pelo funcionamento do sistema endocanabinoide, presente em todos os seres humanos e na maioria dos animais.

O professor Dr. descobriu que o papel fundamental desse sistema acontece na regulação da homeostase. Os endocanabinoides e os canabinoides exógenos, como o CBD, atuam com função reguladora, ora suprimindo, ora estimulando reações.

No caso da ansiedade, ele age intervindo na bioquímica envolvida nos padrões de comportamento desse transtorno, aliviando os seus sintomas ou neutralizando-os completamente.

Conclusão

Uma série de estudos mostram o grande potencial que o CBD possui para inibir ou tratar as principais causas que levam a transtornos depressivos, de ansiedade e estresse, podendo, dessa forma, evitar muitos casos de suicídio e salvar milhões de vidas.

Entretanto, a legislação e o estigma social ainda afetam negativamente o número de pesquisas medicinais usando os compostos da Cannabis. Aos poucos, essas barreiras vêm diminuindo, mas há muito trabalho pela frente.

Os resultados até agora, porém, são animadores.

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Todos os nossos produtos à base de Cannabis são aprovados pela Anvisa. Nos enquadramos na RDC nº 335/2020.

Referências:

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